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Trincão, o mais recente discípulo da teoria do ketchup (a crónica do Sporting-Portimonense)

Este artigo tem mais de 2 anos

Leões golearam o Portimonense em Alvalade e somaram a terceira vitória seguida entre Liga e Champions. Trincão bisou, foi o melhor do Sporting e mostrou que o ketchup só tem mesmo de começar a sair.

O avançado português estreou-se a marcar pelos leões no Campeonato
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O avançado português estreou-se a marcar pelos leões no Campeonato

EPA

O avançado português estreou-se a marcar pelos leões no Campeonato

EPA

Em 1964, 1966 e 1968, com dois anos de intervalo entre cada um, Rúben A. lançou os três volumes da autobiografia “O Mundo à Minha Procura”. O autor português, primo de Sophia de Mello Breyner Andresen pelo lado da mãe e de Ruy Leitão pelo lado do pai, usava um simples A. como apelido para esconder o Alfredo que tinha como segundo nome. Mas, depois dos últimos dias, bem que o A. podia ser de Amorim — já que parece que o mundo anda todo à procura de Rúben.

Depois de uma semana que trouxe duas derrotas consecutivas, contra FC Porto e Desp. Chaves, e que lhe trouxeram críticas como ainda não tinha ouvido desde que chegou a Alvalade, o treinador do Sporting inverteu a situação e teve dias de sonho. Os leões voltaram às vitórias contra o Estoril e estrearam-se na Liga dos Campeões com um triunfo contundente contra o Eintracht Frankfurt na Alemanha — pelo meio, Rúben Amorim atendeu uma chamada de Todd Boehly, dono do Chelsea, que pensou no técnico português depois de despedir Thomas Tuchel. Este sábado, porém, era tempo de voltar a pôr os pés na terra e receber o Portimonense em Alvalade.

Ficha de jogo

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Sporting-Portimonense, 4-0

6.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Cláudio Pereira (AF Aveiro)

Sporting: Adán, Gonçalo Inácio (Matheus Reis, 45′), Coates, Luís Neto (Pedro Porro, 54′), Ricardo Esgaio, Pedro Gonçalves, Morita (Alexandropoulos, 60′), Nuno Santos, Rochinha (Manuel Ugarte, 54′), Marcus Edwards (Paulinho, 60′), Trincão

Suplentes não utilizados: Franco Israel, Fatawu, Arthur, José Marsà

Treinador: Rúben Amorim

Portimonense: Kosuke, Ouattara (Rui Gomes, 70′), Henrique Jocú (Ewerton, 45′), Seck, Moufi, Gonçalo Costa (Bryan Róchez, 30′), Luquinha (Bruninho, 77′), Relvas, Paulo Estrela (Diaby, 45′), Pedrão, Welinton Júnior

Suplentes não utilizados: Berke Ozer, Ricardo Matos, Pastor, Vinícius Szeuczuk

Treinador: Paulo Sérgio

Golos: Trincão (7′ e 41′), Pedrão (ag, 72′), Nuno Santos (76′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Nuno Santos (44′), a Pedrão (45+1′), a Rochinha (45+1′), a Seck (48′), a Ricardo Esgaio (89′), a Diaby (90+2′)

“O projeto em que estou é o projeto que eu quero. Tenho mais um ano e meio de contrato. O Chelsea apresentou um treinador para cinco anos, portanto, é igual ao Ronaldo. Era jogador do Manchester United, eu sou treinador do Sporting. Não há nada para confirmar […] A crise está sempre a bater à porta. Há uma semana e meia, depois do jogo com o Desp. Chaves, estava tudo mal. Tivemos a vitória com o Estoril, agora vencemos na Liga dos Campeões mas pode voltar tudo ao mesmo depois. Tudo pode mudar com apenas um jogo. O que podemos retirar é a nossa forma de jogar que, apesar de tudo, mantivemos”, explicou o treinador leonino na antevisão da partida.

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Assim, este sábado, o Sporting defrontava um Portimonense a realizar um início de Campeonato brilhante, que levava quatro vitórias consecutivas e que tinha mais cinco pontos do que os leões. Ainda assim, e tal como Amorim tinha antecipado na conferência de imprensa, o Sporting mexia no onze inicial: Pedro Porro, Matheus Reis e Manuel Ugarte começavam todos no banco e Ricardo Esgaio, Nuno Santos e Morita eram titulares, sendo que Neto substituía o lesionado St. Juste e que Pote recuava para o meio-campo, abrindo espaço a Rochinha no trio ofensivo. Depois da ida à Alemanha e antes da receção ao Tottenham, já na próxima terça-feira, Rúben Amorim não hesitava e geria o balneário.

Em Alvalade, o Sporting entrou a tentar ter o controlo do jogo e criou desde logo uma boa oportunidade para abrir o marcador, com Esgaio a rematar rasteiro e cruzado para Nakamura encaixar (6′). Os leões começavam a construir na linha do meio-campo e procuravam essencialmente as combinações entre Edwards e Esgaio, no corredor direito, com o entendimento entre os dois jogadores a provocar desequilíbrios nas costas da defesa adversária graças à profundidade que o português oferecia e que o inglês solicitava.

Esgaio não conseguiu marcar mas o golo apareceu logo de seguida. Na sequência de um pontapé de canto cobrado na direita e de muita insistência do Sporting, a bola sobrou para a entrada da grande área e Trincão, de primeira, atirou à baliza para bater Nakamura (7′), sendo que o remate ainda desviou em Pedrão. O avançado português estreava-se a marcar pelos leões no Campeonato depois de se ter estreado a marcar de forma absoluta na Alemanha, contra o Eintracht Frankfurt, e dava a Rúben Amorim a vantagem mais embrionária dos últimos sete meses em Alvalade.

O Sporting manteve o ascendente depois do golo e procurou de imediato aumentar a vantagem, com Trincão a rematar contra um defesa (17′) e Rochinha a atirar ao lado de fora de área (21′). O Portimonense teve o primeiro lance mais perigoso já perto da meia-hora, com Gonçalo Costa a tentar fazer um chapéu a Adán (24′), e Paulo Sérgio decidiu mexer na equipa ainda na primeira parte para responder ao domínio dos leões. Costa saiu e Róchez entrou, com os algarvios a mudarem a estratégia e a colocarem uma referência ofensiva clara que melhorou a exibição, com Welinton a ter a jogada mais importante deste período ao atirar ao lado já na grande área (33′).

A eficácia, porém, estava do outro lado. Já perto do fim da primeira parte e numa resposta perfeita à melhoria do Portimonense, que impôs uma pressão alta muito agressiva que estava a provocar erros na saída de bola leonina, o Sporting aumentou a vantagem. Os algarvios perderam a posse no próprio meio-campo, Edwards resgatou, soltou Rochinha na esquerda e o avançado cruzou para a área, onde Trincão apareceu sozinho a atirar para bater Nakamura e bisar na partida (41′). Assim, ao intervalo, os leões estavam a vencer de forma justa e principalmente graças ao pragmatismo que iam colocando em prática.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sporting-Portimonense:]

Rúben Amorim foi forçado a mexer logo ao intervalo, trocando Gonçalo Inácio, que ficou com dificuldades físicas na sequência de um dos últimos lances da primeira parte, por Matheus Reis. Os primeiros instantes da segunda parte trouxeram mais más notícias para o treinador leonino: Neto também se lesionou e teve de ser substituído por Pedro Porro, que ocupou o corredor direito e levou Esgaio para o trio de centrais. Ao mesmo tempo, Amorim aproveitou e tirou Rochinha para colocar Ugarte, atirando Pote para o setor ofensivo.

A segunda parte foi-se desenrolando com poucos ou nenhuns pontos de destaque, tanto pela assistência a Luís Neto como pelas substituições, e o Sporting ia gerindo a vantagem sem grandes sobressaltos. À hora de jogo, o treinador leonino aproveitou para continuar a poupar os esforços do plantel e tirou Morita e Edwards para lançar Alexandropoulos e Paulinho, oferecendo também mais minutos de competição tanto ao reforço como ao avançado que acabou de regressar de lesão. As alterações mexeram com o jogo e os leões ficaram muito perto de aumentar a vantagem logo depois, tanto num cabeceamento por cima de Ugarte (65′) como num remate de Trincão que Pedrão intercetou em cima da linha de golo (65′).

O terceiro golo do Sporting apareceu já dentro dos últimos 20 minutos. Porro acelerou na direita, cruzou para o poste mais distante, Pote cabeceou e a bola desviou novamente em Pedrão para trair Nakamura e entrar na baliza do Portimonense (72′). Instantes depois, Nuno Santos carimbou a goleada com um pontapé cruzado na grande área após uma assistência de Pote (76′), que combinou com Trincão na direita.

Até ao fim, já pouco ou nada aconteceu. O Sporting goleou o Portimonense em Alvalade e somou a terceira vitória consecutiva, prolongando a recuperação de resultados antes da receção ao Tottenham para a Liga dos Campeões. Trincão, para além dos dois golos, foi o elemento mais perigoso e importante do setor ofensivo da equipa de Rúben Amorim — e é mais uma prova de que o ketchup só precisa mesmo de começar a sair.

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