Muitos assobios, alguns aplausos, a noção comum a todos dentro e fora do relvado de que acabara uma das piores noites europeias do FC Porto na Champions com a inesperada goleada do Club Brugge por 4-0. Foi assim que o Dragão sentiu a derrocada com a formação belga, antes das zonas de entrevistas rápidas e da conferência de imprensa de Sérgio Conceição. Foi isso que o técnico assumiu nas várias intervenções, com a explicação possível do que tinha corrido mal e com o assumir de responsabilidades pelo resultado.
Ainda assim, a noite do treinador estava longe de terminar com um episódio como nunca tinha vivido no Dragão: no final do encontro, a viatura onde seguiam a mulher, Liliana, e dois dos filhos, Rodrigo (que fez a estreia pela equipa A no último fim de semana) e José, foi apedrejada quando deixava o estádio.
A informação foi avançada pelo jornal Record, que detalha ainda que esse apedrejamento foi feito na zona do Museu do Dragão, tendo mesmo partido os vidros da viatura e atingido um dos filhos do treinador além da mulher enquanto se ouviam insultos de um pequeno grupo de adeptos. A publicação acrescenta ainda que outros carros foram passando por ali mas sem qualquer tipo de problema ou ameaça.
Depois de saber o que se tinha passado e da queixa que tinha sido apresentada à PSP pelo que acontecera, e perante o sobressalto e pavor da família, Sérgio Conceição terá considerado que a postura das autoridades foi demasiado passiva perante os factos em causa, além de colocar em causa a inexistência de um perímetro de segurança em torno do Estádio do Dragão que fosse capaz de evitar o que aconteceu. A PSP confirmou ao jornal O Jogo o sucedido, falando de um “possível apedrejamento a uma viatura no exterior do Estádio do Dragão” onde seguiam a mulher e dois dos filhos do treinador dos azuis e brancos, não tendo ainda assim conhecimento de feridos ou de danos materiais como resultado desse ataque.
“O FC Porto repudia totalmente o ataque ao carro da família do treinador Sérgio Conceição, ontem [terça-feira] à noite, na saída do Estádio do Dragão. O FC Porto lamenta, ainda, a falta de proteção das autoridades, e apela a que o autor ou autores deste ato selvagem sejam rapidamente identificados e responsabilizados”, comentou o clube num comunicado publicado ao final da manhã no site oficial.
“Ano após ano temos de ir lançando jovens no nosso plantel perante a saída de jogadores importantes, esta competição obriga a outro peso. Temos quatro jogos para retificar principalmente esta exibição porque em Madrid fizemos uma exibição competente e merecíamos outro resultado. Cá estaremos. Se sentir que o comportamento e a atitude da equipa é esta, obviamente não podemos representar este clube”, tinha referido o técnico depois da derrota frente ao Club Brugge na flash interview da Eleven Sports. “Faltam quatro jogos e temos que assumir a responsabilidade de representar um clube com peso e com história nesta competição e temos que honrar o clube porque se assim não fizermos, não podemos representar este clube. A começar por mim”, acrescentou depois na CNN Portugal.
Mais tarde, também os Super Dragões fizeram dois comunicados sobre o sucedido. “A Direção dos Super Dragões repudia veementemente os factos ocorridos na noite de ontem [terça-feira] que envolveram o nosso jogador Rodrigo Conceição e a sua família. O nosso apoio é incondicional ao plantel e à equipa técnica! Apelamos a todos os portistas que se mantenham unidos na defesa intransigente dos superiores interesses do FC Porto e não se deixem influenciar por campanhas que visam denegrir e impedir o nosso clube de atingir o sucesso”, referiu no primeiro. “Os mal intencionados persistem em tentar criar guerras artificiais. Para que não existam dúvidas: os Super Dragões estão completamente solidários com o nosso treinador Sérgio Conceição neste momento difícil que a sua família viveu, e estão completamente ao seu lado. Tem e terá sempre o nosso apoio”, reforçou depois a claque azul e branca.
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