O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, defendeu esta quarta-feira que as petrolíferas retomem os projetos de gás em Cabo Delgado, considerando que há mais segurança do que antes do ataque a Palma e a procura mundial assim o exige.
“O sucesso no combate aos terroristas no eixo Mocímboa da Praia – Palma, que contempla vias rodoviárias e acesso ao porto, confere uma situação de estabilidade mais elevada” do que antes do ataque à vila, em março de 2021, referiu o chefe de Estado moçambicano numa conferência sobre gás, em Maputo.
Por outro lado, o novo contexto, em especial com o corte de fornecimento de gás da Rússia à Europa, permite que a oferta de Moçambique vá “além dos volumes a serem produzidos” estimados pelos estudos iniciais dos projetos.
“A alta de preços de produtos energéticos afigura-se favorável à rentabilidade dos investimentos”, destacou, realçando que os números estão muito acima dos modelos usados em 2019 para lançar os projetos da bacia do Rovuma.
“Neste contexto, é nossa expectativa que sejam retomadas as atividades de desenvolvimento pelos concessionários da área 1″, consórcio liderado pela TotalEnergies e que suspendeu a construção da fábrica de liquefação de gás devido à deterioração das condições de segurança.
Da mesma forma, Nyusi defendeu para “tão depressa” quanto possível, a decisão final de investimento na área 4, liderada pela ENI e Exxon.
O Presidente moçambicano referiu que vai manter “mais encontros especializados” com o setor para estudar “outras medidas de apoio para manter a segurança”.
“Os terroristas estão em fuga” e as “Forças de Defesa e Segurança (FDS) estão a estabilizar todos os distritos afetados”, com regresso da administração local e serviços públicos, acrescentou.
“Na semana passada havia mais de 10 mil pessoas em Palma”, acrescentou, população que “timidamente começa também a regressar a Mocímboa da Praia”, concluiu.