“Espero que ninguém aceite cargos sem exigir condições“, atirou a porta-voz do BE Catarina Martins, em defesa de Marta Temido, a antiga ministra da Saúde. Em entrevista ao Público e à Rádio Renascença, Catarina Martins em alusão às mudanças na Saúde – novo ministro e um CEO para o SNS – que “as condições políticas para fazer escolhas em nome do acesso à saúde, como em nome do acesso à educação, é que determinam se uma pessoa fará ou não o seu trabalho”.
Catarina Martins apontou, na mesma entrevista, “o perigo desta maioria absoluta do PS” e disse ter dúvidas sobre a posição socialista na discussão do Orçamento do Estado para o próximo ano. Aos olhos do Bloco só há dois lados: “o bloco que se vai resignar a uma perda progressiva e cada vez maior e permanente de rendimento dos salários e pensões, ou quem vai tentar contrariar e quem vai fazer propostas”. “Não espero ver o Governo do mesmo lado do BE, infelizmente”, atirou.
Já sobre questões internas no partido que ficou reduzido a cinco deputados nas últimas legislativas, Catarina Martins quis sublinhar que o Bloco “não tem dívidas”, “não pede favores” e “não está preso a nenhum poder”. Tudo isto para justificar o despedimento de cerca de metade dos trabalhadores do partido. A líder do Bloco de Esquerda diz que tendo havido “um resultado eleitoral pior, o BE tem menos recursos financeiros e, portanto, reduz a sua estrutura, porque não vai trabalhar com dívida”.
Sendo a luta contra os despedimentos uma das bandeiras do Bloco de Esquerda, Catarina Martins diz que não há incoerência entre aquilo que defende para a sociedade e aquilo que é praticado dentro do partido. O BE “tem defendido que quem tem lucros não pode despedir. Não é o caso do BE”, acrescentou.
