O encontro na Rep. Checa correu de feição a Portugal mas nem por isso Ronaldo conseguiu arrancar aquele jogo que procura depois de um início atípico de temporada. E aconteceu de tudo um pouco até à assistência para Diogo Jota que selou a goleada por 4-0: começou por ficar com uma ferida bem visível no tornozelo depois de uma entrada mais dura, sangrou de forma abundante do nariz com um golpe profundo após um choque violento com o guarda-redes contrário, não conseguiu marcar em nenhum dos remates tentados. No entanto, a confiança continuava lá, manifestada também numa mensagem deixada na véspera do jogo com a Espanha: “Como sempre, contamos com o vosso incansável apoio! Vamos Portugal!”.

A diferença entre saber jogar com o empate e ter de jogar para o empate (a crónica do Portugal-Espanha)

O atual momento do avançado, que no Manchester United leva apenas um golo e de grande penalidade em 378 minutos realizados em oito jogos, foi muito discutido nos últimos dias, o que levou mesmo a que um dos muitos técnicos portugueses a trabalhar no estrangeiro, neste caso Carlos Carvalhal (Al Wahda, dos Emirados Árabes Unidos), saísse em defesa do capitão nacional. “Ingratidão. Um dos melhores jogadores de todos os tempos, que sempre jogou com orgulho pela nossa seleção, no momento em que se calhar pela primeira vez,precisa de apoio… Muitos viram as costas e só o criticam Quem sabe hoje não corem de vergonha… Força Portugal, força CR7″, escreveu o antigo treinador do Sp. Braga.

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Ainda assim, não foi com a Espanha que esse momento de redenção aconteceu. Titular num ataque que esta noite contava com Bernardo Silva pela direita e Diogo Jota à esquerda, o número 7 teve pormenores interessantes naquele que foi o melhor período de Portugal no jogo antes de chegar às oportunidades de golo que procurava. Na primeira, após assistência de Jota na diagonal, Unai Simón ganhou o duelo com uma saída rápida da baliza; na segunda, depois de um bom passe de João Cancelo, o guarda-redes espanhol voltou a estar melhor ficando entre os postes. Pelo meio, ainda houve uma bola em que não foi avisado que Gayà vinha nas suas costas quando estava isolado na área e um cruzamento que iria isolar Rafael Leão que foi cortado no último momento por Pau Torres. O golo voltou a ficar adiado.

Depois de ter começado a época no Manchester United com uma média de 47 minutos por jogo, Ronaldo voltou a completar os 90 minutos em dois encontros consecutivos mas não conseguiu quebrar o jejum de golos na Seleção. Assim, o avançado cumpriu a terceira partida seguida sem conseguir marcar por Portugal, sendo que nos últimos nove jogos não marcou em oito com exceção dos golos à Suíça em Alvalade.

“O que interessa sempre é o nível da equipa e como é que jogou a equipa. O Ronaldo teve três ou quatro chances, duas muito boas que normalmente marca. Não marcou… É o futebol. Normalmente esperamos que ele concretize, ele não concretizou”, referiu Fernando Santos na conferência de imprensa.

“Não foi só o Cristiano que falhou. Tentámos todos e não conseguimos. O guarda-redes da Espanha esteve muito bem. O Cristiano está bem, com a ambição de ajudar a Seleção, como sempre esteve e não há que fazer grandes histórias. Está aqui para ajudar e vai continuar a ajudar. O Cristiano estava frustrado, tal como todos nós. Ele é avançado, quer fazer golos. Não há que fazer uma novela à sua volta. Aquilo que tem de fazer, tem feito e os golos vão aparecer. Isto são fases. Quando marcar vai ter mais tranquilidade para continuar a marcar muitos golos por nós. Não esquecer que é o recordista de golos por uma seleção.
Este resultado não atrapalha a preparação para o Mundial. Sabíamos o que tínhamos de fazer nesta competição. Infelizmente, não conseguimos”, comentou Bruno Fernandes na zona mista.