O comandante da polícia do Irão ameaçou esta quarta-feira usar “toda a força” contra os manifestantes que se mantêm há 12 dias em protesto contra a morte de Mahsa Amini, 22 anos, que morreu depois de ser presa de Teerão.

A jovem, natural do Curdistão iraniano, morreu no dia 16 de setembro, três dias depois de ter sido presa sob a acusação de não levar o cabelo tapado, não cumprindo uma das normas mais estritas respeitantes ao código de vestuário imposto às mulheres na República Islâmica do Irão desde 1979.

A morte de Mahsa Amini gerou uma onda de protestos pelos direitos das mulheres. “Pode ser o prenúncio de uma nova era no Irão”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Atualmente, os inimigos da República Islâmica do Irão e alguns desordeiros procuram perturbar a ordem e a segurança da nação utilizando todos os pretextos”, afirmou o comandante da polícia através de um comunicado.

“Os agentes da polícia vão mostrar força contra as conspirações contra-revolucionárias e aos elementos hostis e vão agir contra aqueles que perturbarem a ordem e a segurança, em todo o país”, disse ainda o responsável no mesmo documento citado pela agência Fars.

António Guterres pede ao Irão “máxima contenção” na resposta a protestos

De acordo com o último balanço enviado à agência de notícias France Presse (AFP) “cerca de 60 pessoas morreram desde 16 de setembro“.

As fontes da AFP contrariam o balanço divulgado pela polícia que indica a morte de apenas dez manifestantes.

De acordo com a polícia, 1200 manifestantes foram detidos nos protestos que ocorrem em todo o país.