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Um bailarino russo disse ter sido censurado por uma atuação dedicada aos soldados russos que morreram na Ucrânia. Em causa está um espetáculo durante uma digressão no Uzbequistão, uma antiga república soviética.
Num vídeo publicado no Instagram e traduzido pela Reuters, Sergei Polunin disse que os oficiais da Fundação de Desenvolvimento da Arte e Cultura do Uzbequistão – uma agência estatal que supervisiona as artes – o repreenderam rudemente pela sua atuação.
No espetáculo, Polunin dançou ao som da música “Let us rise”, usando um uniforme militar com um intuito de homenagear os soldados que morreram na guerra. A canção foi lançada a 23 de fevereiro, no Dia do Defensor da Pátria (antigo Dia do Exército Vermelho), um dia antes das tropas russas terem invadido a Ucrânia.
“Não podemos ceder, não podemos permitir que eles façam isto aos artistas e à cultura russa”, afirmou Polunin no vídeo.
As autoridades do Uzbequistão, porém, dizem que o bailarino se desviou do programa previamente acordado. Segundo a Reuters, a Fundação disse ao jornal Gazeta.uz que os oficiais se limitaram a apontar que Polunin deveria ter mantido a atuação ao som da música “Take me to church”, do artista irlandês Hozier.
Apesar da proximidade com a Rússia, o Uzbequistão tem recusado apoiar a “operação militar especial” (expressão utilizada pela Rússia para se referir à invasão da Ucrânia) de Moscovo, apelando a um acordo de paz.
Na semana passada, o país avisou os seus cidadãos de que não devem juntar-se ao exército russo, após ter sido oferecido um processo de obtenção de cidadania rápida aos que se inscrevessem. Segundo a lei, todos aqueles que lutam em conflitos militares no exterior enfrentam processos criminais.