O líder do PS/Açores manifestou-se preocupado com a anteproposta de Plano Regional de Investimentos para 2023, apontando que o documento prevê “um corte de mais de 140 milhões de euros”.

Vasco Cordeiro falava, no sábado, na ilha de São Miguel, numa sessão no âmbito da iniciativa “Construir o Futuro – Que Açores Queremos?”, através da qual o presidente do PS/Açores tem reunido com simpatizantes e militantes do partido em todas as ilhas açorianas.

“Nesta anteproposta, há um corte de mais de 140 milhões de euros, reduzindo, assim, o valor do Plano de Investimentos, para cerca de 640 milhões”, apontou Vasco Cordeiro, segundo um comunicado de imprensa divulgado pelo PS/Açores.

Na sessão, que reuniu simpatizantes e militantes dos concelhos de Ponta Delgada e da Ribeira Grande, ilha de São Miguel, o líder do PS/Açores, e ex-presidente do Governo Regional afirmou que numa altura em que a Região deve “mobilizar recursos para ajudar as famílias e as empresas a resposta do Governo é cortar mais de 140 milhões de euros no Plano de Investimentos”.

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“O documento ainda não foi entregue aos partidos políticos, será quando for entregue na Assembleia Legislativa, mas, apenas naquilo que é público, o que se percebe é que este Governo Regional parece ter desertado deste combate pelas famílias e empresas açorianas”, sustentou o líder do PS/Açores.

Citado no comunicado, Vasco Cordeiro lembrou que o PS/Açores “tem vindo a alertar” para a necessidade de serem implementadas “medidas a favor de famílias e empresas” que permitam mitigar os efeitos do aumento da inflação, criticando a postura do executivo açoriano de coligação PSD/CDS-PP/PPM.

“Desde março deste ano que o PS/Açores tem vindo a alertar para a necessidade de serem tomadas medidas a favor de famílias e empresas, bem como a apresentar propostas concretas incidindo, nomeadamente, na redução do preço dos combustíveis, no reforço do apoio à aquisição de produtos alimentares e na criação de mecanismos de apoio às empresas com a garantia de manutenção do preço final de bens. A resposta que temos recebido é a de uma arrogância crescente deste Governo Regional e da maioria que o sustenta.”, apontou.

Vasco Cordeiro voltou a alertar para “a degradação crescente” das finanças públicas regionais. Na sexta-feira, o secretário regional das Finanças e Planeamento, Duarte Freitas, disse, em conferência de imprensa, que a anteproposta de Plano para o próximo ano, que será enviada aos parceiros sociais, prevê um investimento de 640,9 milhões de euros, apesar da conjuntura económica, “sem paralelo” que se vive na região, devido à pandemia, à guerra na Ucrânia e a crise inflacionista.

“O investimento público em 2023 deve, pois, com sensibilidade conjuntural, imperativamente, apoiar os mais frágeis e a classe média da nossa sociedade, ao mesmo tempo que, com assertividade estratégica, potencia mais coesão e resiliência e alavanca o desenvolvimento e a convergência”, destacou, na ocasião, o governante.