Um novo volume sobre os Mumins, de Tove Jansson, uma história com fantasmas, de Oliver Jeffers, e uma série sobre a presença humana, indomável, na Terra, de Yuval Noah Harari, constam entre as recentes novidades literárias para crianças e jovens.
“Indomáveis – Como tomámos conta do mundo” é o título de uma série literária do historiador israelita Yuval Noah Harari, que a Booksmile começa a editar este mês, sobre as sucessivas revoluções protagonizadas pelos humanos, desde o momento em que, há 2,5 milhões de anos, começaram a usar utensílios de pedra.
Sublinhando que o livro está sustentado “nos conhecimentos científicos mais recentes”, e que contou com a colaboração de uma equipa de várias pessoas na confirmação de dados, o historiador escreveu: “Podemos afirmar que a única espécie humana que restou, a nossa, aprendeu a controlar as plantas e os animais, construiu cidades e impérios e inventou naves espaciais, bombas atómicas e computadores”.
Com uma linguagem acessível e acompanhada de ilustrações de Ricard Zaplana Ruiz, “Indomáveis” terá quatro volumes, do mesmo autor de “Sapiens – História Breve da Humanidade” e “21 lições para o século XXI”.
Dando sequência à publicação da obra da autora finlandesa Tove Jansson, a Relógio d’Água lança este mês “As memórias do papá Mumin”, um dos volumes do universo de fantasia em torno de uma família de trolls, que a escritora começou a publicar como reação ao pós-Segunda Guerra Mundial.
“Eu, o Papá Mumin, estou hoje sentado junto à minha janela a olhar para o meu jardim, onde os pirilampos bordam os seus misteriosos sinais na escuridão de veludo”, lê-se nas primeiras páginas desta história, a quinta que a Relógio d’Água edita, de Tove Jansson, para os mais novos.
Entre as novidades literárias está também “Há um fantasma nesta casa”, do premiado autor irlandês Oliver Jeffers, que a Orfeu Negro tem publicado há vários anos em Portugal.
O livro é protagonizado por uma menina que abre a porta ao leitor, pedindo ajuda para descobrir se há fantasmas na casa onde mora.
Para contar a história, Oliver Jeffers manipula os recursos físicos do livro, intercalando páginas de desenho sobre fotografia com páginas de ilustração em papel vegetal, semi-transparente, numa composição final de sobreposições que ajudam a narrativa.
A Planeta Tangerina entra no outono com uma primeira obra de Inês Viegas Oliveira, intitulada “O Duelo”, sobre dois homens que decidem marcar um duelo para resolver uma longa discussão.
Segundo a editora, o livro surge da experiência da autora e ilustradora no projeto europeu “Every Story Matters”, que promove a inclusão através das histórias e dos livros.
Também pela mesma editora sai “Miau!”, de Joana Estrela, uma banda desenhada sem palavras, para pré-leitores, sobre a relação dos humanos com espécies diferentes de animais domésticos.
“A criação deste livro teve por base a pesquisa levada a cabo pelo projeto Clan, da qual fez parte a realização de entrevistas a famílias e crianças que coabitam com cães, gatos e outras espécies animais”, explica a editora.
A Editorial Presença vai publicar “Acabou a Guerra”, romance juvenil do autor britânico David Almond, ambientado em 1918, na Primeira Guerra Mundial, mas que faz pensar noutros conflitos mais recentes.
Inspirado numa história tradicional africana, o escritor moçambicano Mia Couto criou “O rio infinito”, um conto sobre laços familiares e a importância de se contarem histórias aos mais novos. O livro tem ilustrações de Danuta Wojciechowska e edição da Caminho.
A coleção “Contos Arrepiantes da História de Portugal”, da Nuvem de Tinta, conta com um novo volume, dedicado ao século XIX, onde não faltam invasões dos franceses, uma declaração de independência do Brasil e uma guerra civil por causa de dois irmãos. Os textos são de Rui Correia, professor de História e que venceu o Global Teacher Prize em 2019, e de António Fernando Nabais, professor de Português, e as ilustrações são de Hélio Falcão.