“Percebemos e ouvimos”. Este é o principal ponto do anúncio de Kwasi Kwarteng, o responsável pela pasta das Finanças no governo de Liz Truss. Como já era antecipado pela imprensa britânica, o executivo vai mesmo fazer “inversão de marcha” no plano que incluía a extinção do escalão mais alto de impostos.
No Reino Unido, estão incluídos no escalão mais alto de taxação os singulares que recebam mais de 150 mil libras por ano, o equivalente a 171,3 mil euros. Nesta faixa, os rendimentos são taxados a 45%.
O “mini orçamento” do governo de Liz Truss previa a eliminação do “45p”, como é conhecido o escalão no Reino Unido. Anunciado há dez dias, rapidamente a extinção deste escalão de impostos foi visto com maus olhos pelos britânicos. Numa altura em que o custo de vida continua a aumentar no Reino Unido, especialmente devido à inflação e à subida dos preços da energia, o plano era visto como injusto por vários setores.
No Twitter, Kwasi Kwarteng anunciou esta mudança de planos. “Desde apoiar os negócios britânicos até baixar o fardo dos impostos para quem recebe menos, o nosso planos de crescimento define uma nova abordagem para construir uma economia mais próspera.”
We get it, and we have listened. pic.twitter.com/lOfwHTUo76
— Kwasi Kwarteng (@KwasiKwarteng) October 3, 2022
“No entanto, é claro que a abolição do escalão de 45p se tornou numa distração da nossa missão de enfrentar os desafios que surgem ao nosso país. Como resultado, estou a anunciar que não vamos avançar com a abolição do escalão de 45p. Percebemos e ouvimos”, escreveu na rede social.
O que está a ser descrito como uma “humilhação” pela imprensa britânica, dado que o plano foi anunciado há 10 dias, é descrito pelo ministro como uma oportunidade “que vai permitir” ao Governo focar-se “nas principais partes do pacote de crescimento”.
São enumeradas questões como o “apoio aos lares e negócios com as contas de energia” ou ainda o plano para “cortar impostos e pôr dinheiro no bolso de 30 milhões” de britânicos. Também são mencionadas reformas na área das cadeias de fornecimento – “incluindo a aceleração de grandes projetos de infraestruturas para pôr a Inglaterra a mexer”.
Este anúncio contrasta com a posição transmitida pela primeira-ministra britânica à BBC, que dizia no domingo que estava absolutamente comprometida com esta medida, já que tornava o sistema de impostos “mais simples”.
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