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A perda da cidade de Lyman para as tropas ucranianas está a motivar críticas abertas dos aliados de Vladimir Putin à forma como a Rússia está a conduzir as operações no terreno.

Após observar o “desastre” na cidade, o líder checheno, Ramzan Kadyrov, insistiu na necessidade de lançar um ataque “devastador” sobre a Ucrânia. Na sua opinião, o grande responsável pela perda desta batalha é o general Alexander Lapin.

No Telegram, Kadyrov apontou a falta de logística militar e o abandono de postos importantes bem como grande parte do território.

“Se dependesse de mim, eu rebaixava-o a soldado. Mandava-o para a linha da frente para lavar a vergonha com sangue. Não sei que informações o Ministério da Defesa envia ao comandante supremo — Putin –, mas medidas precisam de ser tomadas, como a declaração da lei marcial nas áreas das fronteiras e o uso de armas nucleares de baixo rendimento”, criticou.

O chefe dos mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin, também subscreveu as críticas do líder checheno. O antigo deputado e ex-comandante do 58º Corpo de Exército, Andrey Gurulyov, foi ainda mais longe, dizendo mesmo que as tropas russas não souberam avaliar de “forma adequada a situação”.

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“Não entendo porque é que não avaliaram de forma adequada a situação e reforçaram as unidades. O problemas são as mentiras, o relatório indicava que a situação estava boa, as falhas não aconteceram no terreno, mas sim no Ministério da Defesa”, afirmou o militar, em entrevista ao popular programa “Domingo à Noite com Vladimir Solovyov” — alinhado com a propaganda russa, aqui recuperada pelo jornal espanhol ABC.

O analista em questões de defesa e política externa, Maxim Yusin, um dos comentadores do programa da NTV , apontou críticas diretamente a Putin. “Ele anexou territórios na Federação Russa que não controla. Não me lembro de tal precedente na História Mundial“, adiantou.  Yusin acredita que as ações militares da Rússia não estão a correr bem e deixou um desabafo: “É difícil debater com um sonhador que vive no seu próprio mundo.”

Perante os indícios, Kyrylo Budanov, chefe dos serviços secretos ucranianos, não tem dúvidas: “A preparação para tirar Putin do poder já começou. Há vários candidatos que querem sucedê-lo e nem todos são conhecidos mas há uma grande rivalidade”, defendeu.