Usula von der Leyen propôs um “investimento adicional” para que os Estados-membros da União Europeia (UE) possam “acelerar” os projetos “necessários” na área da energia, “modernizar a infraestrutura energética e assegurar a competitividade europeia no mercado global”. Dirigindo-se ao Parlamento Europeu, esta quarta-feira, a presidente da Comissão Europeia destacou a importância de “impulsionar a energia” através de um investimento feito “em conjunto, como europeus”.

“Temos de proteger o nosso mercado único. É a força da nossa União Europeia e é onde a riqueza da União Europeia reside”, declarou Von der Leyen. “Sem uma solução comum, arriscamos a fragmentação. Se os Estados-membros atuarem sozinhos, arriscamos uma fragmentação que não queremos. Temos de fazer alguma coisa contra isso. Por isso é que é fundamental que preservemos o mesmo campo de ação dentro da União Europeia e do nosso mercado.”

Destacando a forma como a guerra levada a cabo pelos russos “causa dificuldades financeiras e coloca um peso” sobre os cidadãos e a economia europeia, a presidente da Comissão Europeia disse que a resiliência da UE é “notável”, mas que é necessário continuar a trabalhar “nas nossas resoluções”. “Já tomámos decisões importantes. (…) As medidas que adotámos vão fornecer-nos a primeira camada de proteção. E graças a estas, vamos poder passar para o próximo nível.”

O “próximo nível” será discutido esta semana, em Praga, no encontro dos líderes da UE. Segundo Von der Leyen, “é necessário” chegar a um acordo para “parar estes picos loucos que temos tido na importação de gás” e “fortalecer a nossa plataforma de energia”. “É do nosso interesse coletivo”, frisou. “Depois do inverno, vamos ter de encher os armazéns e não é sustentável que voltemos a ter um cenário em que os Estados-membros estão a apostar uns contra os outros no mercado global, subindo os preços.”

A presidente da Comissão Europeia revelou ainda que a UE está preparada para negociar um “teto” para os preços do gás “que é utilizado para produzir eletricidade”. “Este teto será um primeiro passo numa reforma estrutural global do nosso mercado elétrico. Mas acho que temos também de olhar para os preços do gás para lá do mercado da eletricidade, indústria e no aquecimento”, acrescentou. “Vamos trabalhar com os Estados-membros para reduzir os preços do gás e para limitar o impacto da manipulação dos preços pela Rússia. Porque, se olharmos para a curva dos preços do gás, conseguimos ver a manipulação da Rússia em relação aos preços do gás e isso tem de parar.”

Abordado a questão dos mais recentes ataques aos gasodutos Nord Stream, Von der Leyen defendeu a necessidade de se tomarem medidas para que estas situações não se repitam, nomeadamente a identificação de “pontos fracos” nas linhas de fornecimento de gás, a preparação de “ações para uma disrupção súbita” do fornecimento e uma maior vigilância, através de satélites.

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