O caso é conhecido, pelo menos, desde 2018, mas só agora é que o julgamento teve início. Lucy Letby, enfermeira na unidade neonatal, foi detida há quatro anos, quando as autoridades investigaram o seu trabalho no hospital Countess Chester, situado em Liverpool e suspeitaram da prática de crimes. A antiga enfermeira está acusada dos crimes de homicídio de sete crianças e da tentativa de homicídio de outros dez bebés, alegadamente praticados entre março de 2015 e julho de 2016.

Esta terça-feira, em tribunal, ficou conhecida uma das histórias que levou ao início da investigação das autoridades britânicas. De acordo com os procuradores, adianta a SkyNews, a mãe de um bebé que estava ao cuidado de Lucy Letby descreveu que, quando chegou perto do seu filho, este tinha sangue na boca e uma respiração acelerada. “Embora a mãe não percebesse na altura, podemos dizer que ela interrompeu Lucy Letby, que estava a atacar” a criança, adiantou o tribunal.

“Confie em mim, sou enfermeira”, terá dito a mulher que está agora a ser julgada. A criança acabou, no entanto, por morrer várias horas mais tarde e o tribunal referiu ainda que a enfermeira escreveu informações falsas no relatório e que Lucy Lebty terá dado uma injeção de ar à criança, que terá provocado a sua morte. 

Apesar destas descrições, a enfermeira nega qualquer acusação e recusa que tenha cometido quaisquer crimes, mas o tribunal adiantou ainda que Lucy Lebty tentou envenenar o irmão gémeo da criança que terá assassinado com uma injeção de ar na corrente sanguínea. Neste caso, a mulher de 32 anos terá dado insulina à criança. É, aliás, esta informação que consta no relatório feito depois de a criança ter registado um aumento da frequência cardíaca. E aqui não é colocada a hipótese de engano na toma de medicamentos, uma vez que não tinha sido prescrita insulina naquela unidade.

E as histórias não ficam por aqui: a acusação refere ainda que a enfermeira terá assassinado outro bebé, com apenas cinco dias, através de uma injeção de ar no estômago, dada através de um tubo nasal.

Durante a sessão de julgamento, os procuradores sublinharam também que, depois da morte das crianças, a enfermeira procurava as respetivas famílias nas redes sociais e enviava-lhes mensagens.

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