O presidente da Câmara da Guarda disse esta quarta-feira e pediu uma “reunião urgente” ao ministro da Saúde para se debater sobre o futuro da maternidade que poderá encerrar de acordo com um estudo divulgado nos últimos dias pela comunicação social.
“Para que não restem dúvidas, nós acabámos de pedir uma reunião de urgência ao senhor ministro da Saúde, para que, de uma vez por todas, esta situação fique clarificada“, disse o presidente da autarquia da Guarda, Sérgio Costa, numa conferência de imprensa, na qual esteve acompanhado pelo presidente da Assembleia Municipal, José Relva.
O responsável, que teve conhecimento da eventual possibilidade de a Urgência Obstétrica do Hospital Sousa Martins da Guarda encerrar, através de alguns órgãos de informação que referem um estudo do Governo, disse que a população da Guarda e do distrito “não pode viver em constante sobressalto, à custa de uns quaisquer teóricos deste país, que andam a fazer estudos sem unicamente, ou simplesmente, falarem com um autarca da região”.
“Querem lá ver que agora era à custa do fecho destes serviços na Guarda que se resolveriam os problemas da Saúde no nosso país?”, questionou.
Sérgio Costa referiu, ainda, que o Serviço Nacional de Saúde, “não pode, 50 anos depois do 25 de Abril, vir a ser colocado em causa, na Guarda, simplesmente por um qualquer estudo meramente teórico, de alguém que não conhece, não faz a mais pálida ideia de onde ficam os nossos concelhos, as nossas aldeias, o nosso distrito”.
Depois de reafirmar que não tem conhecimento oficial do estudo e que soube do mesmo pela comunicação social e “com versões contraditórias”, Sérgio Costa disse acreditar que “irá imperar o bom senso” na decisão governamental sobre o futuro das maternidades a nível nacional.
Num Estado de Direito, o referido estudo, que alegadamente apontará para o fecho da maternidade local, “não faz qualquer sentido”, e o país “não pode ser governado à custa de estudos feitos que são feitos, simplesmente, com régua e com esquadro”, disse.
Lembrou que no Hospital da Guarda está a ser feito um investimento de 8,5 milhões de euros, que é “fundamental para a instalação do Departamento da Saúde da Criança e da Mulher” e que a obra “pode agora ficar ferida de morte, por uma decisão alegadamente alicerçada unicamente na falta de recursos humanos”.
Sérgio Costa deixou claro que, a confirmar-se o alegado encerramento da maternidade, erguerá a voz “perante mais esta tentativa de injustiça” ao território e aos habitantes.
“Os 13 concelhos e os seus mais de 142 mil habitantes têm de merecer mais respeito. Os 13 presidentes da Câmara, os três deputados eleitos, todos os responsáveis democraticamente eleitos, têm a obrigação e o dever de tomar esta causa como sua”, disse.
Afirmou esperar que impere o bom senso sobre o assunto e que a maternidade da Guarda continue a funcionar, pois, caso contrário, os 13 autarcas do distrito da Guarda servidos pela Unidade Local de Saúde (ULS), os deputados e o Conselho de Administração da ULS dariam os braços para marcharem em Lisboa com “toda a população” do distrito.
“Mas nós estamos certos de que tudo isto não passa de um estudo feito por alguém que não conhece verdadeiramente a realidade da nossa região. É apenas um mero estudo. Estamos bem cientes e estamos serenos de que o poder central do nosso Governo não irá tomar uma decisão simplesmente com uma régua e com um esquadro”, concluiu.
A ULS da Guarda (abrange 13 concelhos do distrito da Guarda, exceto o de Aguiar da Beira, que pertence ao Agrupamento de Centros de Saúde do Dão – Lafões) gere os hospitais da Guarda (Sousa Martins) e de Seia (Nossa Senhora da Assunção), e também 12 centros de saúde e duas unidades de saúde familiar (A Ribeirinha, na cidade da Guarda e a “Mimar Mêda”, na cidade de Mêda).