A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) reviu em baixa as previsões de crescimento de procura de petróleo para este ano e para 2023, num contexto de incerteza económica, segundo um relatório publicado esta quarta-feira.
“O aumento da procura mundial de petróleo em 2022 foi revisto em baixa de 0,5 milhão de barris por dia” para 2,6 milhões de barris por dia, indica o relatório mensal de outubro.
No total, a procura esperada será de 99,7 milhões de barris por dia durante o ano.
A OPEP explica esta baixa com “o prolongamento das restrições devido à Covid-19 em várias regiões da China, aos desafios económicos nos países membros da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico] e à pressão inflacionista em determinados países-chave“.
Esta estimativa parte da hipótese de a guerra na Ucrânia não se agravar no quarto trimestre e no próximo ano, esperando também que a inflação continue, com alguma tensão no mercado de trabalho.
A OPEP aponta para um crescimento económico mundial de 2,7% em 2022, em vez dos 3,1% que previa no relatório de setembro.
A procura de petróleo deverá, segundo a OPEP, aumentar em 1,4 milhões de barris por dia nos países da OCDE (1,6 milhões na anterior previsão) e em 1,3 milhões de barris por dia nos outros países (em vez de 1,5 milhões).
A procura melhorou no terceiro trimestre devido à recuperação no turismo mundial.
A OPEP também se mostra menos otimista em relação ao próximo ano e avalia em 2,3 milhões de barris por dia o aumento da procura em 2023, em vez dos 2,7 milhões que tinha anunciado em setembro. A procura deve ser impulsionada por países não membros da OCDE, em particular a China e a Índia.
“Qualquer nova perturbação no fornecimento de energia na UE pode levar a uma desaceleração da economia da região durante o inverno e depois disso, ou até mesmo levar a uma recessão anual no próximo ano”, segundo a organização.
Segundo fontes indiretas citadas pelo cartel, os países da OPEP aumentaram em setembro a sua produção em 146.000 barris por dia em relação ao que constava no relatório de agosto, atingindo um total de 29,77 milhões de barris por dia.
A produção aumentou sobretudo na Arábia Saudita, na Nigéria, na Líbia e nos Emirados Árabes Unidos, mas baixou no Iraque, na Venezuela e no Irão.