A conferência estava marcada pelo presente, o jogo com o Casa Pia este sábado seria quase uma temática secundária. Tudo porque, no passado, o Sporting foi eliminado da Taça de Portugal pelo Varzim e averbou a sexta derrota em 14 jogos oficiais na presente temporada. Tudo porque, olhando para o futuro, agora vão surgindo notícias do interesse do Aston Villa no treinador depois do despedimento de Steven Gerrard no seguimento de contactos de outros conjuntos da Premier League incluindo a nova versão do Chelsea. E foi essa conjugação de fatores que fez com que o técnico voltasse a deixar uma posição forte no clube.

“Sou treinador do Sporting e não há nada a dizer sobre outros clubes. Essa resposta de a culpa não morrer solteira foi depois de um jogo e no fim do Campeonato a culpa será sempre minha, esteja eu aqui dois dias, um ano ou dois. Serei sempre eu o responsável e se mantivermos esta cadência de resultados, eu serei o responsável e se tiver de seguir em frente, sairei. Foi esta a exigência que metemos no clube e é assim que quero funcionar. Foi isso que quis dizer, peço desculpa se dei a entender que os responsáveis eram outros. No fundo foi dizer que isto ainda não acabou, que há muito a fazer e que no fim eu farei a avaliação e serei o responsável. Agora é ganhar ao Casa Pia e seguir em frente”, destacou Rúben Amorim, deitando por terra qualquer tipo de ideia de revolução na equipa para defrontar os gansos em Alvalade.

“Não vai haver revolução nenhuma. As coisas estão a ser bem feitas, os resultados não estão a sair mas as coisas têm uma direção. Perguntaram-me se haveria um ataque ao mercado para salvar a época e eu disse que não. Temos o nosso projeto, miúdos a surgir e temos de criar oportunidades para eles, mas isso é algo que estamos a fazer há três anos. Quanto aos adeptos, têm sido sempre justos: quando ganhávamos, jogávamos bem e mostrávamos fome, estiveram sempre connosco, até quando perdíamos jogos difíceis de encaixar; desta vez fomos eliminados da Taça, não estamos bem no Campeonato, estamos na luta na Liga dos Campeões… Temos de encaixar tudo o que os adeptos nos quiserem mostrar. A responsabilidade está do nosso lado e temos de mostrar a mesma identidade. Tem muito a ver com essa chama e temos de aumentar sempre a fome. Em termos de exibições empurramos os adversários mas temos de ser mais agressivos e marcar golos. As outras equipas chegam lá quando ganham uma falta, um livre para a área e tem sido um problema”, destacou o treinador verde e branco.

“O nosso rival neste momento é o Casa Pia. Está à nossa frente e temos de ganhar para os ultrapassar. Temos de dar uma boa resposta com intensidade, empurrar o adversário para trás, ter cuidado com as transições, com o Godwin, sabemos disso tudo. Temos de ser mais rigorosos. Não interessa o depois de amanhã, os outros jogos, interessa ganhar ao Casa Pia e manter a identidade. Durante esta época, houve poucos adversário que conseguiram dividir o jogo connosco e, mesmo assim mataram-nos em certos momentos do jogo. Tínhamos tempo para dar a volta frente ao Varzim mas isso vem da inexperiência de alguns jogadores e do momento da equipa. Isso tem a ver com a tal chama que falo, que é importante para nós e na ligação com os adeptos. Muito do que conquistámos nestes anos tem a ver com isso, e isso não podemos perder”, adiantou ainda Rúben Amorim sobre as perspetivas a curto prazo e para o futuro.

Logo no início da conferência, o técnico tinha feito também uma atualização dos elementos disponíveis ou não para a receção ao Casa Pia, que voltará a não contar com Ricardo Esgaio por opção. “O Neto continua em tratamento, o Coates está fora deste jogo e penso que no do Tottenham também, vamos tentar recuperá-lo para o Arouca. O St. Juste está fora, o Bragança já sabemos”, explicou. “Tínhamos sempre de ganhar ao Varzim mas obviamente que perdendo na primeiro eliminatória que jogámos na Taça, temos de ganhar como sempre e recuperar a chama que sempre tivemos. Isso é o mais importante, mais do que os títulos, o dinheiro ou a valorização dos jogadores. Estamos a perder um bocadinho a chama e temos de recuperá-la. É um jogo importantíssimo”, acrescentou o técnico dos verde e brancos.

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