Na época passada, o percurso nas competições europeias salvou a época da Roma. A equipa de José Mourinho não foi além do 6.º lugar na Serie A, falhando o apuramento para a Liga dos Campeões, mas conquistou a Liga Conferência, o primeiro título desde 2008 e o primeiro título europeu desde os anos 60. Esta época, a lógica inverteu-se. A Roma leva sete vitórias em 11 jornadas da Serie A e, na Liga Europa, chegava a esta quinta-feira a correr o risco de não passar à fase seguinte.

À entrada para a quinta e penúltima jornada da fase de grupos, a Roma estava no terceiro lugar do Grupo C com menos seis pontos do que o já apurado Betis e menos três do que o Ludogorets. Em Helsínquia, contra os finlandeses do HJK, a equipa de José Mourinho estava obrigada a vencer para ainda poder lutar pelo playoff de acesso aos 16 avos de final da Liga Europa até à derradeira partida — caso contrário, caía novamente para a Liga Conferência que conquistou na época passada.

Mourinho aprendeu a chorar menos mas continua sem sorrir muito na Liga Europa (e empatou com o Betis)

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“Não estamos aqui de férias, é um jogo decisivo para nós. Queremos vencer para seguir em frente e não cair para a Liga Conferência, onde somos os detentores do troféu”, começou por dizer o treinador português numa conferência de imprensa de antevisão onde não quis alongar-se muito sobre o facto de o relvado dos finlandeses ser sintético. “Não vale a pena chorar porque não adianta. Temos de vencer, seja na relva natural ou num sintético. Mas jogar num campo artificial é outro desporto, não é futebol. As questões mudam a nível técnico. Jogámos duas vezes nessas condições e sofremos duas derrotas, uma delas histórica [1-6 sofrido contra o Bodø/Glimt]”, acrescentou Mourinho.

Assim, na capital da Finlândia, o técnico da Roma lançava Camara e Cristante no meio-campo, com Pellegrini e o jovem Volpato no apoio a Tammy Abraham, que era a referência ofensiva. Spinazzola começava no banco, assim como Karsdorp e Belotti, e o HJK apresentava-se com o habitual 3x4x3, com três centrais e dois alas abertos nos corredores. A Roma teve um golo anulado à meia-hora, com Cristante a desviar de cabeça após um canto mas o VAR a considerar que Volpato fez obstrução ao guarda-redes (30′).

Os italianos foram dominando a partida, ainda que as oportunidades não abundassem e o HJK nunca abdicasse por completo de explorar as transições rápidas, e acabaram por chegar mesmo à vantagem já perto do intervalo. Pellegrini cobrou um livre descaído na direita e Abraham, de cabeça e melhor do que todos os outros, atirou para dar vantagem à equipa de José Mourinho no final da primeira parte (41′).

Os finlandeses foram os únicos a mexer ao intervalo, com o avançado Olusanya a dar lugar ao também avançado Abubakari, e acabaram mesmo por chegar ao empate ainda dentro dos 10 minutos iniciais do segundo tempo. Lingman desequilibrou na faixa central, Abubakari foi crucial com uma simulação que permitiu que a bola chegasse a Hetemaj e o antigo jogador do Brescia e do Chievo atirou colocado para bater Rui Patrício (54′).

A Roma recuperou a vantagem menos de 10 minutos depois, com Hoskonen a fazer autogolo depois de um remate de El Shaarawy que Abraham ainda tentou desviar (62′), e apanhou um susto já perto do fim. David Browne atirou uma bomba de muito longe, sem hipótese para Rui Patrício (81′), e o HJK parecia ter empatado novamente. O VAR, porém, voltou a interferir, anulando o segundo golo dos finlandeses e assegurando a vitória da equipa de José Mourinho.

Com este triunfo, a Roma igualou o Ludogorets com sete pontos, até porque os búlgaros perderam em casa com o Betis, e vai discutir o segundo lugar do grupo e o respetivo acesso ao playoff dos 16 avos de final da Liga Europa na última jornada.