A agência de rating Fitch aumentou nesta sexta-feira a notação de risco da dívida portuguesa para BBB+, o terceiro nível da categoria de “investimento de qualidade”. A Fitch tinha em maio colocado o rating da dívida portuguesa com perspetiva “positiva” (anteriormente era “estável”) e confirma, assim, a melhoria da notação para um nível que já não se via desde antes da crise de 2011.
A Fitch torna-se, assim, a terceira agência de rating entre as quatro reconhecidas pelo BCE que subiram a notação da dívida portuguesa neste ano, depois da S&P e a DBRS Morningstar. A notação de BBB+ da Fitch, que se situa a um patamar de subir para os níveis A, fica agora com perspetiva “estável”.
“Graças a um compromisso forte com uma política orçamental prudente, e apesar de choques externos significativos, os resultados orçamentais têm superado, de forma consistente, o desempenho dos pares europeus e dos emitentes da categoria BBB”, diz a agência Fitch, que acredita que o Governo irá cumprir a meta do défice, de 1,9% do PIB.
A agência acrescenta que o “historial de disciplina orçamental, com provas dadas pelo atual Governo, é um fator que conforta a Fitch nas suas projeções de que a dívida irá continuar a cair de forma contínua”. “Apesar das dificuldades atuais, criadas pelas inflação elevada e o ambiente externo frágil, temos a expectativa de que a política orçamental irá continuar alinhada, em traços gerais, com as metas definidas pelo Governo”.
A Fitch prevê um crescimento de 1% na economia portuguesa no próximo ano, um pouco abaixo dos 1,3% que estão inscritos no Orçamento do Estado que está em discussão. Apesar de ser algumas décimas abaixo daquilo que o Governo prevê, a previsão da Fitch para a economia portuguesa destaca-se da “recessão moderada” que se espera na zona euro (-0,1%). Em 2024, o PIB poderá voltar a acelerar, para 2,2%, acredita a Fitch.
“Sinal de confiança internacional muito importante para Portugal”, diz Medina
“Num momento em que os bancos centrais estão a subir muito rapidamente as taxas de juro diretoras, esta decisão da Fitch, que segue a DBRS e a Standard & Poor’s, é um sinal de confiança internacional muito importante para Portugal”, reagiu Fernando Medina, ministro das Finanças, através de comunicado enviado à imprensa.
O ministro acrescenta que “esta decisão irá beneficiar as taxas de juro da dívida soberana, refletindo-se também nos juros suportados pelas famílias e pelas empresas”. E, do lado do Governo, garante-se que este “continuará empenhado numa estratégia de contas certas e focado no objetivo de reduzir o peso da dívida pública para níveis inferiores a 100% do produto até ao final da legislatura”.