O recado deste sábado do Presidente da República à ministra Ana Abrunhosa caiu mal no PS. Num evento na Trofa, Marcelo avisou a responsável pela Coesão que será “super infeliz o dia em que descubra que a taxa de execução dos fundos não é a que deveria ser”. Atirou mesmo: “Nesse caso não a perdoo”. A ministra estava sentada na primeira fila do auditório a ouvir e, em declarações ao Observador, Carlos César considera agora que Marcelo “não teve um dia feliz“.
O presidente socialista ouviu o chefe de Estado e é parco na reação, embora deixe claro o seu desagrado: “Não quero que o meu comentário resulte num azedume desnecessário e, por isso, o que posso dizer das declarações do Presidente é que ele não teve um dia feliz.”
A expressão escolhida não é um acaso, vem em resposta direta ao “dia super infeliz” que Marcelo disse à ministra que acontecerá caso não cumpra a taxa de execução dos fundos comunitários.
Além desse aviso, o Presidente da República aproveitou também a cerimónia de inauguração dos Paços do Concelho na Trofa para dizer à ministra umas palavras que tinha guardadas. Não falou no caso que envolveu o marido de Ana Abrunhosa e a atribuição à sua empresa de um fundo comunitário, mas falou nos “dias maus” da vida política.
“Quando se aceitam funções políticas é para o bem e para o mal. Não somos obrigados a aceitar, sabemos que são difíceis e sujeitas ao controlo e escrutínio crescentes”, “há dias bons e maus”, disse Marcelo à ministra contabilizando até que “por dois dias felizes há dez infelizes”.
Foi precisamente depois deste apontamento, logo no arranque da sua intervenção, que Marcelo disse que o dia em que estavam, ali na Trofa, estava no lote dos “super felizes”. E deu como exemplo de um “dia super infeliz” aquele em que o Governo falhar na execução dos fundos. Ao lado da ministra, na mesma cerimónia, estava o líder do PSD Luís Montenegro.
Marcelo na Trofa com avisos para “o dia super infeliz” do Governo e provocações a Marques Mendes