O Tribunal Judicial da província do Niassa, no norte de Moçambique, instaurou processos contra 15 pessoas suspeitas de estarem envolvidas com grupos rebeldes que aterrorizam o norte de Moçambique, indicou fonte oficial.

“Trata-se de um grupo indiciado no recrutamento de pessoas para as fileiras dos grupos terroristas”, disse Óscar Basílio, juiz-presidente do Tribunal Judicial do Niassa, citado esta segunda-feira pela Rádio Moçambique.

Óscar Basílio não avançou mais detalhes sobre os processos, mas garantiu que entre os indiciados há também jovens que terão sido recrutados pelos grupos rebeldes que aterrorizam o norte de Moçambique há cinco anos.

Niassa, província vizinha de Cabo Delgado, registou em dezembro algumas incursões armadas atribuídas pelas autoridades aos rebeldes provenientes de Cabo Delgado, ataques que deixaram um rastro de destruição em pontos recônditos e um número de óbitos ainda desconhecido.

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A província de Cabo Delgado tem sido aterrorizada desde 2017 por violência armada, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde há um ano com apoio do Ruanda e da SADC, libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

Em cinco anos, o conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.