O Aldo Cantoni tornou-se um autêntico vulcão com o último (e mais aguardado) encontro do dia de estreia do Mundial, onde a Argentina bateu a Espanha por 4-2 num duelo com seis cartões azuis e outras tantas bolas paradas desperdiçadas, mas já antes estava praticamente lotado para o jogo entre Portugal e França, o outro prato forte da estreia. No entanto, e ao contrário do que aconteceu na outra partida, a Seleção teve uma entrada que não deu margem para grandes equilíbrios, “vingando” a derrota diante dos gauleses no último Europeu em Paredes com uma goleada por 5-1 que adiantava a equipa para a liderança do grupo.

A vingança foi servida na Meca do hóquei: Portugal goleia França no arranque do Mundial em San Juan

“Sabíamos que a França tem vindo a crescer mas queríamos iniciar a prova com uma vitória. Essa é a nossa interpretação, ir jogo a jogo nesta fase de grupos. O plano resultou perfeitamente com uma estratégia que foi bem conseguida. Mais uma vez ganhámos a defender porque depois é isso que permite os ataques, os espaços e as saídas em contra-ataque. Nunca demos oportunidades a nível de transições também, fazendo uma boa gestão do jogo. Nestas competições as defesas fundamentais”, destacou no final da partida Renato Garrido, selecionador nacional que apontou para o duelo com a Itália que valia o primeiro lugar.

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“A Itália tem uma vantagem em relação às outras seleções, que é ter a base de uma equipa. É uma equipa forte mas temos de estar preparados qualquer equipa. Aquilo que continuo a dizer é que se estivermos ao nosso nível não é fácil alguém ganhar-nos”, salientou, falando ainda no ambiente que se viu no Aldo Cantoni, a Meca do hóquei em patins na cidade argentina de San Juan: “Paixão e envolvência que têm aqui pelo hóquei não tem palavras, o pavilhão cheio para nos ver jogar. Uma modalidade às vezes tão mal tratada mas que aqui, mesmo sem as condições na Europa que existem, é vivida desta forma”.

Com o Argentina-Angola na antecâmara, o pavilhão voltou a ter casa quase cheia mas para um encontro muito diferente do que se passou na véspera, com Portugal a não ir além de um empate com a Itália num duelo em que só contou com Gonçalo Alves para as bolas paradas e teve Pedro Henriques como a principal figura (2-2). Com este resultado, a liderança do grupo ficou adiada para esta quarta-feira, com o Itália-França e o Portugal-Chile quem acaba em primeiro e, no plano teórico, evita os argentinos.

Ao contrário do que se passou com a França, Portugal sentiu grandes dificuldades para colocar o seu jogo na pista nos minutos iniciais. Por um lado, ao afundar de quando em vez em demasia a defesa, a formação transalpina foi tendo algumas oportunidades para inaugurar o marcador com Pedro Henriques, que desta vez foi titular em vez de Ângelo Girão, a ser fundamental para manter o nulo; por outro, sem espaços para transições, o ataque organizado não encontrava também soluções para chegar ao golo. Nem mesmo de livre direto e em superioridade numérica a Seleção marcou, com Hélder Nunes a falhar o livre direto (9′).

Pedro Henriques continuou a ser um muro na baliza, travando uma grande penalidade de Malagoli (19′), mas nada conseguiu fazer num livre direto de Giulio Cocco, avançado que passou pela equipa do FC Porto, que inaugurou o marcador após o cartão azul a Diogo Rafael (22′). No entanto, foi nesse mesmo minuto que Portugal teve o lance que viria a marcar a partida, demorando poucos segundos para chegar ao empate numa insistência de João Rodrigues a assistir por trás da baliza Henrique Magalhães na área.

A Seleção terminava da melhor forma a primeira parte e começaria ainda melhor o segundo tempo, com Gonçalo Alves, que não atuou durante o encontro ainda devido à lesão contraída no joelho no jogo frente à França, a entrar na pista apenas para converter com sucesso uma grande penalidade logo no minuto inicial (26′). Aí a Itália acusou a desvantagem, deixou de ter o mesmo esclarecimento ofensivo, Portugal não aproveitou para procurar o golo do descanso e foram os transalpinos a chegar de novo ao empate com um tiro de longe de Checco Compagno (38′). O encontro entrava numa fase de loucos, com Pedro Henriques a defender um lance de 2×0, Gonçalo Alves a falhar um livre direto e o 2-2 a manter-se até ao fim.