No primeiro dia depois da reconquista de Kherson, o clima de festa entre a população continua. As forças russas em retirada declararam uma nova capital na região, em Henichesk, a cerca de 200 quilómetros do centro da cidade que está nova novamente sob controlo ucraniano. Fontes do governo ucraniano afirmam que já morreram mais de 80.000 soldados russos desde o início da invasão.

Este sábado decorre a cimeira da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que conta com a presença do presidente norte-americano Joe Biden e do ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia Dmytro Kuleba. Biden confirmou que irá discutir o impacto da guerra no Sudeste Asiático com os asiáticos o impacto da guerra na região.

Veja aqui um resumo dos principais acontecimentos deste, o 262.º dia do conflito.

O que aconteceu ao longo da manhã?

  • O ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano revelou os dados mais recentes relativamente às baixas russas desde o início de invasão. De acordo com a Ucrânia, 80.210 militares russos já foram mortos, e 5.730 veículos militares blindados foram destruídos desde o início do conflito a 24 de fevereiro.
  • Uma explosão destruiu a última grande ponte que ligava as duas margens do rio em Kherson. Vídeos partilhados por órgãos de propaganda russa revelam a destruição de uma ponte rodoviária na central hidroelétrica de Kakhovka. A imprensa internacional revela que as forças russas terão destruído todas as principais infraestruturas da região.
  • Recep Tayyp Erdogan acusou “o Ocidente, em especial os Estados Unidos” de atacarem continuamente a Rússia. “A Rússia está a mostrar uma grande capacidade de resistência face a tudo isto”, afirmou Erdogan aos jornalistas, citado pela emissora estatal turca TRT. O presidente turco afirmou ainda estar dedicado a estabelecer um diálogo para a paz entre Ucrânia e Rússia.
  • Ben Wallace, ministro da Defesa do Reino Unido, partilhou este sábado uma nota sobre a reconquista de Kherson. “A retirada anunciada da Rússia de Kherson marca mais um uma falha estratégica para os russos. Em fevereiro, a Rússia falhou os seus maiores objetivos, à exceção de Kherson”, é possível ler. O ministro britânico recorda que o exército russo “sofreu uma enorme perda de vidas como resultado da sua invasão ilegal apenas tem conseguido conquistar isolamento internacional e humilhação”.
  • Os Estados Unidos saudaram este sábado a reconquista da cidade de Kherson pelas forças ucranianas, na sexta-feira, como uma “vitória extraordinária”. À margem da cimeira da ASEAN, que decorre no Cambodja, Joe Biden confirmou que irá tratar de discutir com os líderes asiáticos o impacto da guerra na região.
  • Na mesma cimeira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, instou os países que pertencem à associação a adotarem todas as medidas possíveis para impedirem a Rússia de “jogar os jogos da fome” com o acordo de exportação de cereais. O acordo pode chegar ao fim a 19 de novembro caso a Rússia ou a Ucrânia decidam apresentar objeções à sua extensão. Kuleba fez especial menção ao armamento americano, essencial na resistência ucraniana.
  • Após a perda da cidade de Kherson, os separatistas russos declararam uma nova capital na região. O novo centro administrativo russo fica em Henichesk, a cerca de 200 quilómetros do centro de Kherson.
  • O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, encorajou a China a “usar todos os meios” para convencer a Rússia a respeitar o direito internacional, poucos dias antes da cimeira do G20 dominada pelas consequências do conflito na Ucrânia.

O que aconteceu ao longo da tarde?

  • O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, propôs-se, este sábado, a recordar os objetivos de Moscovo na guerra com a Ucrânia. “Lembrem-se de que é a Rússia que protege os seus cidadãos. E é exatamente o que o nosso país está a fazer, e já fez as terras russas originais. E esse retorno [das terras originais] vai continuar”, disse.
  • Numa mensagem publicada no Telegram, Zelensky fez uma promessa: as “bandeiras ucranianas sairão à rua” na Crimeia. “Não deixaremos ninguém para trás. Será assim em Genichesk e Melitopol. Chegaremos a todas as cidades e vilas no Donbass. E na Crimeia, onde as bandeiras ucranianas sairão às centenas às ruas no dia da libertação”.
  • Putin falou com o Presidente do Irão, Ebrahim Raisi. De acordo com um comunicado do Kremlin, o diálogo entre os dois chefes de Estado terá servido sobretudo para fortalecer os laços de cooperação económica e política entre os países.
  • A Rússia decidiu proibir a entrada de navios estrangeiros no mar de Azov. “É proibida a transferência para o norte de navios carregados fora do território russo”, referiu a autoridade marítima turca, que citou a administração russa.
  • Em Kherson, foi decretado recolher obrigatório e limite de entradas e saídas da região nos próximos dias. Entre as 17h e as 8h00, os habitantes desta região terão de ficar dentro das suas casas.

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