Quando chegou a Portugal em 2017, a Uber Eats teve “um dos lançamentos mais bem sucedidos a nível global”. A plataforma obteve o “dobro dos pedidos” do cenário mais otimista que tinha sido traçado, mas contou com “menos de metade dos parceiros de entrega” que estavam previstos.

“Foi o caos. Escusado será dizer que tivemos a equipa em pânico a ligar aos utilizadores a pedir desculpa pelos atrasos e que tivemos quase a ser nós a ir entregar os pedidos aos nossos utilizadores”. A história foi, esta quarta-feira, partilhada por Diogo Aires Conceição, diretor geral da Uber Eats em Portugal, num evento em Lisboa para assinalar o quinto aniversário da plataforma no país.

De 2017 para 2022, a Uber Eats passou de uma plataforma de entrega de comida para uma que “permite aos utilizadores pedirem o que quiserem”: desde produtos de supermercado a serviço de médico ao domicílio. Há cinco anos, contava com uma rede de 90 parceiros e atualmente conta mais de 12 mil restaurantes e comerciantes. “Estamos presentes em mais de 100 cidades portuguesas, cobrimos já cerca de 80% da população” portuguesa, assinalou o diretor geral.

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Por sua vez, o número de portugueses que utiliza a plataforma em Portugal não foi divulgado. Questionado pelo Observador em conversa durante o evento, Diogo Aires Conceição disse que os números por país não são desvendados, mas que a Uber Eats tem “124 milhões de utilizadores mensais” a nível mundial.

Focando-se nas novidades, o diretor geral assinalou que, na semana passada, a Uber e a Uber Eats anunciaram uma parceria com a SIBS para passar a aceitar pagamentos através da aplicação MB Way. No futuro, “brevemente”, será lançada a “integração de pedidos voz na aplicação” de entregas. Mas há mais: a plataforma vai lançar, no próximo ano, um novo serviço que permitirá aos comerciantes e restaurantes utilizarem “a rede de frota” da Uber Eats “para entregarem os pedidos que geram nos seus próprios canais”.

Em conversa com o Observador, Diogo Aires Conceição recordou que há cerca de dois anos foi lançado um “produto de website” para que os restaurantes que querem “vender no seu próprio websit e depois ter só a Uber a fazer a distribuição” o possam fazer. Agora, o “produto que vamos lançar no próximo ano é exatamente” para que os restaurantes “que já têm os seus próprios canais online de vendas” possam “utilizar a nossa rede de estafetas para fazer as entregas do seu próprio website“.

A situação económica do país tem sido acompanhada com atenção, mas o que a Uber Eats vê é que as pessoas continuam a utilizar a plataforma. Por isso, tenta ter “o maior leque de possibilidades para todas as carteiras” — desde restaurantes com estrela Michelin aos restaurantes de fast food. Diogo Aires Conceição admitiu que os consumidores são “mais seletivos naquilo que escolhem na plataforma” — embora a “frequência dos utilizadores” esteja a “aumentar”.

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O diretor geral da Uber Eats em Portugal destacou também que nos últimos dois anos foram investidos mais de 90 milhões de euros para formar o “Centro de Excelência” da empresa em Lisboa, um hub que “um centro de apoio a vários países na região e que já criou cerca de 500 postos de trabalhos diretos”.