A Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) lançou um concurso de 23,5 milhões de euros para fornecimento de gás natural veicular, bem como para a manutenção e exploração do sistema, foi esta segunda-feira publicado.

De acordo com uma publicação feita em Diário da República (DR), foi lançado o “Concurso Público Internacional Para o Fornecimento de Gás Natural Veicular e Para a Prestação de Serviços de Exploração e Manutenção do Posto de Abastecimento de Gás Natural”, com valor total de 23,5 milhões de euros.

No dia 7 de novembro, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, defendeu apoios para as operadoras de transporte público que usam gás natural, adiantando que o aumento dos custos obrigou ao reforço de verbas para a Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP).

Na reunião do executivo daquele dia, o autarca independente afirmou que o problema da STCP é hoje “de natureza diversa”, em particular porque “80% da sua frota é movida a gás natural”.

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“Até agora, ainda não conhecemos a forma de indemnização aos operadores”, disse, lembrando que o Governo “definiu regras claras para as indústrias que fazem uma utilização intensiva de gás natural”.

Dizendo não saber se essas medidas se vão aplicar aos operadores de transportes públicos, Rui Moreira afirmou que se a STCP voltar a ter custos com o gás natural como teve nos meses de agosto e setembro “terá uma dificuldade enorme”.

Na sequência das declarações do autarca, a Lusa questionou a STCP acerca da sua dimensão de frota a gás natural, quais os custos em agosto e setembro, qual a dimensão do reforço da verba e sobre estimativas acerca do aumento de custos, e aguarda resposta.

No dia 31 de outubro, a STCP tinha afirmado que monitoriza “em contínuo” os custos associados ao aumento dos combustíveis, sem quantificar uma estimativa de valores, revelando que sente “o aumento nos custos de combustíveis desde o último trimestre de 2021”.

Entretanto, o executivo municipal aprovou o aumento dos bilhetes de bordo em 50 cêntimos, para 2,50 euros, após uma proposta assinada por Rui Moreira, uma medida “justificada com o aumento de custos da empresa” com o gás natural, que é utilizado por 80% da frota de autocarros.

Na proposta, Rui Moreira salienta que “os custos energéticos da STCP sofreram aumentos muito consideráveis”, dando nota de que, entre janeiro e outubro, o preço médio do metro cúbico de gás natural foi de 1,55 euros, enquanto em 2021 o preço médio do metro cúbico rondava os 0,61 euros, “o que traduz um aumento na ordem dos 250%”.

O aumento do custo com a aquisição de gás natural “representa um aumento de cerca de 20% na estrutura de custos da empresa, por comparação com o ano de 2021, e de 24%, por comparação com o ano de 2020”, segundo o texto.