Os preços continuam a subir, mas a taxa de crescimento abrandou. A inflação atingiu os 9,9% novembro, anunciou o INE, na estimativa rápida. O que significa uma desaceleração face a outubro, mas ainda assim um nível de preços com uma taxa perto dos 10%.

Mas a inflação subjacente (a que exclui os produtos alimentares não transformados e a energia), por seu lado, acelerou. Ficou nos 7,2%, uma subida de 0,1 pontos percentuais face a outubro. Os preços altos estão, assim, a alastrar-se ao resto da economia, não estando apenas instalados na energia e agricultura. Esta taxa de 7,2% da inflação subjacente é a mais elevada desde 1993.

Os produtos energéticos poderão ter, segundo a estimativa rápida do INE, tido uma evolução menos pronunciada do que a registada em outubro. A taxa de variação homóloga terá ficado nos 24,8%, menos 2,8 pontos percentuais que no mês anterior. Também nos produtos alimentares não transformados a evolução foi menos pronunciada em novembro do que tinha sido em outubro — foi de 18,4% face aos 18,9% de outubro. Já os produtos alimentares transformados dispararam. Aceleraram 16,8% contra os 14,1% do décimo mês.

Os valores ainda serão confirmados a 14 de dezembro. Em outubro, a taxa de inflação homóloga foi de 10,1%, um valor que tinha sido a marca mais alta desde maio de 1992 e tinha significado uma taxa superior em 0,8 pontos percentuais face a setembro. O mês de outubro foi o mês em que os contratos de energia, nomeadamente de gás natural, tiveram um aumento no liberalizado.

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Inflação em outubro ficou nos 10,1%. Subida de 77% do gás natural puxou pelo índice

A variação média anual está nos 7,3%, enquanto o indicador sem habitação ficou nos 7,46%, que é um indicador a ter em conta na atualização das pensões.

Governo obrigado a rever cálculos: Pensões até 960,86 euros sobem 4,83%

O índice harmonizado, que serve para comparações internacionais, ficou nos 10,3%, menos 0,3 pontos que os 10,6% do mês anterior.

Fone: INE

Zona euro com inflação nos 10%. Índice harmonizado é superior em Portugal

A zona euro terá ficado, em novembro, com uma inflação de 10%. Nesta comparação internacional o que é tido em conta é o índice harmonizado de preços, que tem um peso maior do turismo, por exemplo.

De acordo com o Eurostat, a zona euro terá ficado com uma inflação de 10%, um abrandamento face aos 10,6% de outubro. Portugal é, de acordo com a lista divulgado, o nono país com a taxa mais baixa, ainda acima já acima de 10%. Oito países do bloco estão com IHPC abaixo dos 10%. Os países do Báltico são os que registam as taxas mais elevadas, estando mesmo acima dos 20%.

Fonte: Eurostat     

Também no conjunto da zona euro são os preços da energia a puxar pela inflação, que ficou nestes produtos nos 34,9%, ainda assim menos que os 41,5% de outubro. Na alimentação a taxa ficou nos 13,6%.

(notícia atualizada às 10h20 com dados da zona euro, divulgados pelo Eurostat)