O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou esta quarta-feira que a descida da inflação em 0,2 pontos percentuais é “ligeiramente positiva“, mas alertou que ainda “é cedo” para projetar cenários mais positivos para o próximo ano.

“As notícias foram ligeiramente positivas, para sermos honestos. Foram positivas porque baixa, não aumenta, ao contrário do que aconteceu no mês anterior, e a confirmar-se isso vai na tendência que começou nos Estados Unidos da América e está a aparecer em alguns países europeus“, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, à margem da 12.ª edição do Encontro PME Inovação, organizado pela COTEC, no Terminal de Cruzeiros do Porto de Leixões, em Matosinhos.

Em declarações aos jornalistas, o chefe de Estado defendeu, no entanto, ser cedo para projetar cenários mais positivos para 2023.

“É cedo. Digamos que é esperar que tenha parado a subida e que seja o começo de inversão, de mudança de caminho, mas precisamos de ver mais um mês”, referiu, lembrando, no entanto, que os próximos meses podem eventualmente refletir aumentos de preços.

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Segundo a estimativa rápida avançada neste dia pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) recuou para 9,9% em novembro, face aos 10,1% de outubro.

De acordo com o INE, “tendo por base a informação já apurada, a taxa de variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) terá diminuído para 9,9% em novembro, taxa inferior em 0,2 pontos percentuais à observada no mês anterior”.

Questionado se uma eventual tendência de descida da taxa de inflação permitiria evitar um orçamento retificativo, Marcelo Rebelo de Sousa salientou que o Orçamento do Estado para 2023 é “flexível” e que foi “concebido para ser moldável a vários aspetos“.

“O orçamento foi concebido para evitar o retificativo”, destacou, lembrando, contudo, que o documento ainda não entrou em vigor e que ainda não o recebeu.

“Não o vou receber antes de perto do Natal, a 16, 17 ou 18 [de dezembro]. Depois, entra em vigor dia 1 [de janeiro] e esperemos que seja flexível para se adaptar a tanta dúvida económica”, acrescentou.