O Ford Mustang Mach-E, que já testámos aqui no Observador e que nos agradou muito pela estética, potência, capacidade de bateria e autonomia, mas não pelo peso e pelo consumo, é um SUV eléctrico cheio de potencial. Daí que não seja de espantar a boa aceitação que está a recolher junto dos seus potenciais clientes, limitada sobretudo pela capacidade de produção do construtor, uma vez que todas as unidades são exportadas a partir de Cuautitlán, no México (na China também se fabrica o Mach-E, mas em pequenas quantidades e apenas para os mercados da região). Contudo, a Ford está a enfrentar algumas críticas, vindas dos próprios clientes.

Mustang Mach-E é um bom eléctrico. Mas poderá bater a concorrência?

As boas notícias relativas ao Mustang Mach-E dizem respeito à produção, uma vez que o SUV eléctrico atingiu as 150.000 unidades ao fim dos primeiros dois anos de vida. O momento foi celebrado na linha de produção mexicana, o que aconteceu em simultâneo com o anúncio que os objectivos de produção vão evoluir rapidamente para 270.000 unidades por ano, um valor mais compatível com o potencial do SUV a bateria. Com a Ford a anunciar mesmo que pretende atingir um ritmo de produção diário que, extrapolando, lhe permita atingir 600.000 veículos eléctricos anuais no final de 2023, para três anos depois, no final de 2026, fixar a fasquia nos 2 milhões de unidades.

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A fábrica mexicana usufrui já de algumas melhorias, visando incrementar a capacidade de produção, de forma a atingir 10.000 Mach-E/mês, quando em Outubro fabricou apenas 8500/mês, o que mereceu os parabéns públicos por parte do CEO da Ford, Jim Farley. O Mach-E foi proposto em 22 mercados durante o primeiro ano de produção e evoluiu para 37 no segundo ano de vida, visando um reforço para 2023.

Entretanto, a Consumer Reports (CR), que ausculta a opinião dos compradores em relação aos seus veículos, tomou uma decisão pouco frequente, não recomendando a compra do Ford Mustang Mach-E. A CR, que valoriza a fiabilidade e a ausência de problemas ou defeitos, determinou que a avaliação dos utilizadores do SUV da Ford estava aquém das expectativas e, mais do que isso, do que seria aceitável, ou no mínimo desejável.

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De realçar que não parece haver qualquer animosidade da CR em relação ao Mach-E. Tanto mais que foi este o eléctrico escolhido na edição anterior do estudo, numa fase em que ainda muito poucos SUV estavam entregues, com poucos quilómetros percorridos por cada um deles. Entretanto, começaram a aparecer problemas no sistema de infoentretenumento e de recarga, além de outras questões eléctricas. A Ford já respondeu que “ouve com atenção as críticas da CR e dos seus clientes, muitos deles relativos às primeiras unidades fabricadas, que já foram entretanto reparadas e ultrapassadas”.