Aos 80 minutos de jogo, a placa é levantada. Entra o número 12 e sai o camisola 1. A Coreia do Sul tinha marcado um golo há poucos minutos, mas não era um castigo que o treinador Tite estava a aplicar ao guarda-redes do Brasil. Estava a garantir que todos os jogadores que levou para o Qatar 22 entravam em campo.
Com esta substituição, e ao fazer entrar o terceiro guarda-redes do Brasil, Tite chegava aos quartos de final com uma certeza: todos os atletas que levou ao Mundial jogaram. Nem que fosse por poucos minutos.
43.847 pessoas assistiram no estádio 974 ao jogo que colocou o Brasil nos quartos de final, partida que disputará na sexta-feira contra a Croácia.
Mas não foi preciso chegar ao quinto jogo no Mundial para pôr toda a equipa em campo. Chegou aos 100% dos convocados e logo no Mundial que levou 26 atletas.
Brasil usou os 26 jogadores convocados na #CopadoMundoFIFA
Que elenco! ???????????? pic.twitter.com/URwtUJ4QEH
— Copa do Mundo FIFA ???? (@fifaworldcup_pt) December 5, 2022
Anteriormente só duas seleções tinham feito o pleno, segundo a ESPN: a Grécia em 1994 e a Holanda em 2014.
No mundial de 1994, disputado no Estados Unidos da América, a Grécia utilizou os 22 jogadores que levou em três partidas. O campeonato de 1994 teve o Brasil como vencedor, mas teve de esperar pelos penáltis para bater Itália. Já em 2014, no Brasil, a Holanda utilizou 23 atletas em sete jogos. A Alemanha ganhou o mundial de 2014, na final contra a Argentina, na qual venceu por 1-0.
Nos outros mundiais o Brasil não chegou aos 100% de utilização. Foi mesmo no campeonato de má memória para o Brasil (quando perdeu 7-1 contra a Alemanha no campeonato organizado por si), o de 2014, que Luiz Felipe Scolari utilizou 21 dos 23 convocados, ou 91% da equipa. A mesma percentagem que tinha utilizado em 2002 quando o Brasil venceu o penta, também com Scolari.
Estas são as utilizações do Brasil, segundo a ESPN:
2022 – 26 dos 26 utilizados (100%)
2018 – 18 dos 23 utilizados (78%)
2014 – 21 dos 23 utilizados (91%)
2010 – 19 dos 23 utilizados (83%)
2006 – 19 dos 23 utilizados (83%)
2002 – 21 dos 23 utilizados (91%)
1998 – 19 dos 22 utilizados (86%)
1994 – 18 dos 22 utilizados (82%)
1990 – 16 dos 22 utilizados (73%)
1986 – 16 dos 22 utilizados (73%)
1982 – 16 dos 22 utilizados (73%)
1978 – 17 dos 22 utilizados (77%)
1974 – 18 dos 22 utilizados (82%)
1970 – 16 dos 22 utilizados (73%)
1966 – 20 dos 22 utilizados (91%)
1962 – 12 dos 22 utilizados (54,5%)
1958 – 16 dos 22 utilizados (73%)
1954 – 13 dos 22 utilizados (59%)
1950 – 17 dos 22 utilizados (77%)
1938 – 20 dos 22 utilizados (91%)
1934 – 11 dos 17 utilizados (65%)
1930 – 15 dos 22 utilizados (68%)