O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), anunciou esta terça-feira que pretende criar um fundo de, pelo menos, três milhões de euros para apoiar os comerciantes e particulares que sofreram prejuízos com o mau tempo.
A pretensão do autarca social-democrata foi expressa esta noite durante uma entrevista à CNN Portugal, na qual falou sobre as medidas que podem ser tomadas para minimizar o impacto das cheias na cidade de Lisboa.
“Vou propor à Câmara Municipal [de Lisboa] um fundo para ajudar estas pessoas de, pelo menos, três milhões de euros. Estou a fazer os cálculos. É importante que as pessoas saibam que a Câmara Municipal vai atuar rapidamente. Nós temos de ajudar as pessoas neste momento, exatamente porque não temos a solução estrutural“, afirmou Carlos Moedas.
Apesar de a liderança da Câmara de Lisboa querer avançar com este apoio, Carlos Moedas reconheceu que este é “insuficiente” e defendeu a necessidade de o Governo ser célere com os apoios que irá disponibilizar.
“O Governo tem de ajudar já. Tem de ser rápido“, apelou.
Na entrevista, o autarca voltou a sublinhar que os fenómenos de enorme pluviosidade que ocorreram na madrugada de hoje e no final da semana passada “são muito difíceis de prever” e que a solução estrutural para mitigar os seus efeitos será a construção de dois túneis de drenagem.
“A única solução são os túneis de drenagem. Há três meses, em alguns discursos, eu falava nos túneis de drenagem. As pessoas não ouviam, às vezes, porque isto era algo invisível“, apontou.
Segundo explicou, a ideia é construir um túnel entre a zona de Monsanto e a de Santa Apolónia e entre a de Chelas e o Beato, evitando que a água chegue às zonas mais baixas da cidade de Lisboa.
Até que essa solução estrutural não esteja implementada, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa admite que a única forma de prevenir acidentes é permitindo que as pessoas possam ficar em casa, defendendo que as empresas devem estar preparadas para essa situação.
Carlos Moedas assegurou também que tem havido “um reforço constante” das equipas que estão a responder às ocorrências do mau tempo e garantiu que estão a ser criadas as condições de segurança.
“Nós mostramos que os lisboetas se podem sentir seguros. Nós tivemos 600 pessoas nesta operação. Temos pessoas na Câmara Municipal, na Polícia Municipal, nos Bombeiros Sapadores de Lisboa, nos bombeiros voluntários que não dormem há quatro noites. Um agradecimento a eles, pois são eles que garantem a nossa segurança“, atestou.
Portugal na rota de tempestades históricas. Porque isso acontece e o que ainda está por vir?
O mau tempo causou esta terça-feira 82 desalojados em Portugal continental, que terá novo agravamento meteorológico na quarta-feira, entre as 09h00 e as 18h00, com chuva persistente e pontualmente forte.
O balanço, o segundo do dia, foi feito esta noite pelo comandante nacional de Emergência e Proteção Civil, André Fernandes, na sede da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, em Carnaxide, Oeiras.
A chuva intensa e persistente que caiu de madrugada causou hoje centenas de ocorrências, entre alagamentos, inundações, quedas de árvores e cortes de estradas nos distritos de Lisboa, Setúbal e Portalegre, onde há registo de vários desalojados.
Na zona de Lisboa a intempérie causou condicionamentos de trânsito nos acessos à cidade, que levaram as autoridades a apelar às pessoas para permanecerem em casa quando possível e para restringirem ao máximo as deslocações.