O grande prémio da Fundação Ilídio Pinho vai ser atribuído ao cardeal José Tolentino Mendonça, confirmou ao Observador Carlos Magno, diretor executivo do prémio. Este grande prémio é atribuído a personalidades que trabalhem “na promoção e defesa dos valores universais” do que a Fundação diz ser a “portugalidade”.

O prémio tem um valor pecuniário de 100 mil euros – é o maior prémio pecuniário atribuído em Portugal e exclusivamente português. O cardeal português é o primeiro vencedor desta distinção.

No final de novembro, a CNN Portugal noticiava que a fundação portuense já tinha escolhido um vencedor. Os responsáveis pelo prémio destacavam que era uma pessoa “acima de qualquer suspeita” e um “pensador que é um grande intelectual.

O júri foi composto pelos presidentes da Câmara de Lisboa, Porto, Vale de Cambra e reitores das Universidades do Porto, Aveiro, Católica e Trás-os-Montes. A entrega do prémio acontece na próxima segunda-feira, 19 de dezembro.

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O cardeal português foi, a 26 de setembro, nomeado pelo Papa Francisco prefeito do novo Dicastério para a Cultura e a Educação. O Dicastério para a Cultura e Educação reúne as responsabilidades que até agora estavam atribuídas à Congregação da Educação Católica e ao Conselho Pontifício para a Cultura, ficando com a tutela, nomeadamente, da rede escolar católica do mundo inteiro, com 1.360 universidades católicas e 487 universidades e faculdades eclesiásticas com 11 milhões de alunos e outras 217 mil escolas com 62 milhões de crianças. Por outro lado, o cardeal madeirense Tolentino Mendonça coordenará o diálogo da Igreja universal com o mundo da cultura.

O cardeal José Tolentino Mendonça, de 56 anos, substituiu no ex-Conselho Pontifício para a Cultura o cardeal Gianfranco Ravasi, que completou 80 anos em outubro, e na ex-Congregação da Educação Católica, o cardeal Giuseppe Versaldi, que fez 79 anos em julho.

O cardeal português, que é também poeta e ensaísta, chegou ainda desempenhar funções de arquivista e bibliotecário do Vaticano.

Tolentino Mendonça iniciou os estudos de Teologia em 1982 e foi ordenado padre em 1990, tendo sido nomeado, em 2011, consultor do Conselho Pontifício da Cultura. Foi criado cardeal a 5 de outubro de 2019 pelo Papa Francisco. O cardeal nasceu em dezembro de 1965 em Machico, ilha da Madeira, destacando-se como sacerdote, professor e poeta, tendo publicados cerca de 45 títulos, maioritariamente de poesia, mas também ensaio, teatro e teologia.

O cardeal recebeu vários prémios, designadamente Cidade de Lisboa de Poesia (1998), P.E.N. Clube Português/Ensaio (2005), o Prémio Literário da Fundação Inês de Castro (2009), Res Magnae (2015), o Grande Prémio de Crónica da Associação Portuguesa de Escritores (2016) e o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes (2016), assim como os prémios Capri-San Michele (2017), “Uma vida por… paixão!” do jornal italiano Avvenire (2018), Cassidorio il Grande (2020) e, já este ano, o Prémio Universidade de Coimbra. Em 2020 foi distinguido com o Prémio Europeu Helena Vaz da Silva.

O sacerdote e escritor foi também agraciado pelo Estado Português com duas comendas: da ordem do Infante, em 2001, e da de Sant’Iago da Espada, em 2015. A Região Autónoma da Madeira atribuiu-lhe, em 2019, a Medalha de Mérito da Madeira.

(atualizada com mais informação)