O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) esclareceu que nos últimos dois dias (12 e 13 de dezembro) Portugal Continental foi condicionado por um fenómeno natural que levou a precipitação forte e persistente em várias zonas do país, com destaque para Lisboa.

Em comunicado, o instituto analisou a chuva dos últimos dias e começou por explicar que “o estado do tempo em Portugal Continental foi condicionado por um fluxo de sudoeste sobre Portugal Continental, induzido pela depressão Efrain, que transportava uma massa de ar quente e com elevado conteúdo em vapor de água, com convecção embebida, dando origem a precipitação forte e persistente em várias zonas do país, por vezes acompanhada de trovoada”.

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Nas quatro estações meteorológicas de Lisboa, os valores de precipitação dos últimos dias em 12 horas ultrapassaram sempre os 100 milímetros, com aquela que é conhecida como Instituto Geofísico a marcar o valor mais elevado: 113 milímetros de precipitação nesse período de tempo.

O valor mais elevado dos dois dias ocorreu na estação de Lisboa Gago Coutinho, às 15h00, quando a precipitação em três horas apontava para os 76.9 milímetros.

Num olhar para o passado, o IPMA comparou os valores de precipitação que provocaram cheias e inundações em várias zonas do país e realçou o facto de ter sido batido em 13 locais (no mês de dezembro) aquilo a que se chama “extremo absoluto”.

Nas três estações meteorológicas de Lisboa, por exemplo, não chovia tanto desde fevereiro de 2008. Um pouco por todo o país foram batidos recordes com vários anos, mas nas estações de Mora e Barreiro/Lavradio foram substituídos valores bem antigos: 1983 e 1978, respetivamente.

Almada, Alcácer do Sal, Castro Marim, Alvega, Avis/Benavila, Cabo Raso, Dois Portos e Olhão são as restantes estações meteorológicas que bateram recordes nos últimos dois dias devido aos elevados níveis de precipitação.