O primeiro-ministro foi esta quinta-feira confrontado com a falta de diálogo com o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, a propósito das cheias que assolaram a capital na última semana.
A conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho Europeu desta quinta-feira estava no fim, mas ainda houve tempo para uma última pergunta a António Costa, que coube a uma jornalista portuguesa. “Não vai contactar Carlos Moedas?”, questionou a repórter, a propósito das inundações que deixaram a capital intransitável em algumas zonas na madrugada de terça-feira.
A resposta do primeiro-ministro foi lacónica: “Se for necessário contactá-lo-ei, qual é o problema?”. Perante a insistência da jornalista, que quis saber “porque é que não o fez?”, Costa desvalorizou. “Não se preocupe com o assunto”, respondeu.
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Mas, já à saída da conferência, as câmaras ainda captaram um “recado” do primeiro-ministro para o autarca. “Pergunte-lhe porque é que ele não me contactou a mim, que tive a casa inundada”, atirou António Costa. O diálogo foi transmitido pela CNN Portugal. O primeiro-ministro mora em Benfica, que foi uma das zonas da capital mais afetadas pelas cheias da última semana.
Moedas responde a Costa: “Fui eleito pelos lisboetas. Tem que se habituar a isso”
Entretanto, Carlos Moeda já respondeu às críticas de António Costa. Em declarações aos jornalistas, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa atirou: “Eu fui eleito pelos lisboetas. Estarei aqui com os lisboetas e pelos lisboetas. Usando as palavras do senhor primeiro-ministro: ‘Tem de se habituar a isso'”.
De acordo com os esclarecimentos enviados pelo gabinete do primeiro-ministro ao Polígrafo, a propósito de uma verificação dos factos relacionada com este tema, a garagem do prédio em que António Costa vive como inquilino inundou na sequência das cheias na noite de 7 para 8 de dezembro. O primeiro-ministro e a restante vizinhança, alertados para a inundação às 2h30, retiraram os carros para a rua.
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Entretanto, o administrador do prédio contactou os bombeiros e uma empresa para retirarem a água do edifício: “Quinta-feira à tarde [8 de dezembro], estiveram a tirar a água da garagem, tal como andaram o dia todo a fazer em vários prédios da rua e proximidades”, relatou fonte oficial do gabinete do primeiro-ministro. Em entrevista ao Polígrafo, os bombeiros confirmaram que a rua em que António Costa mora — a rua Emília das Neves — foi palco de “imensas ocorrências”: “Foi uma série de situações que os Sapadores foram resolvendo”.