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A seleção argentina, vencedora do Mundial de futebol, festejou, esta terça-feira, a conquista do troféu em Buenos Aires, numa celebração nacional que começou na véspera, quando chegaram ao país. Cerca de quatro milhões de argentinos deslocaram-se para as ruas da capital e, por questões de segurança, a festa acabou com os futebolistas transportados de helicóptero. Por terra, era impossível o autocarro avançar.

Mas este foi, até ao momento, o último passo de um conjunto de acontecimentos que começou quando a equipa que conseguiu a terceira conquista na competição maior do futebol de seleções aterrou na cidade pelas 2h20 locais, 5h20 de Portugal Continental, desta terça-feira. A comitiva seguiu de autocarro panorâmico rumo à sede da Federação de Futebol Argentino, cumprimentando apoiantes pelo caminho. O grupo foi descansar e, ao inicio da manhã, foram divulgadas fotografias especiais: Leo Messi deitado na cama com a taça de campeão do mundo.

Lionel Messi via Reuters

Estava dado o mote para o longo dia de festejos pela conquista do Campeonato do Mundo do Qatar que esperava a “Scaloneta”. Os jogadores passaram longas horas no topo de um autocarro panorâmico que circulou pelas ruas de Buenos Aires, enquanto regavam as comemorações com muita bebida e festejavam ao som da música que iam cantando no alto da viatura.

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As mudanças de planos

Enquanto os jogadores se preparava para o cortejo em Ezeiza, uma espécie de Cidade do Futebol, na Praça da República de Buenos Aires, já muitos milhares de adeptos circundavam o Obelisco, um dos monumentos mais icónicos da cidade, onde muitos hinchas passaram a noite. Este era um dos locais de passagem obrigatória do cortejo que começou pelas 11h30, meia hora mais cedo do que o previsto. O autocarro, rodeado por um forte cordão policial, foi engolido por uma multidão que procurava ver os novos heróis tão perto quanto possível.

No Obelisco, a concentração de pessoas fazia a praça assemelhar-se a um mar alviceleste e ali estava apenas uma parte dos quatro milhões de fãs que os órgãos de comunicação argentinos dizem que estavam nas ruas a festejar. O número de adeptos na rua levou mesmo o Ministério da Justiça e Segurança de Buenos Aires a anunciar que a polícia da capital da Argentina ia cortar algumas vias da cidade para instalar áreas operacionais para as forças de segurança e serviços de emergência operarem. Em poucos minutos, tudo mudou. A AFA, a Federação Argentina de Futebol, anunciou que o autocarro que transportava os jogadores não ia passar junto do monumento.

Se a ideia era desmobilizar os adeptos, não se concretizou. Mal souberam do novo trajeto, milhares de fãs procuraram outras zonas em que pudessem ver os jogadores de perto. Assim, os argentinos começaram a posicionar-se junto das autoestradas 25 de Maio e 9 de julho, o que levou a AFA a ponderar nova mudança de percurso por motivos de segurança.

Outro plano que chegou a ser equacionado foi a passagem do autocarro da equipa na Casa Rosada, a sede da presidência da república argentina, para um encontro entre os campeões do mundo e o Presidente da República, Alberto Fernández. A situação foi avaliada, mas acabou por não se concretizar. E um outro episódio levou à decisão radical de fazer regressar os jogadores a Ezeiza de helicóptero: fontes da federação argentina citadas pelo jornal Clarín revelaram que dois adeptos tentaram saltar de uma ponte para dentro do autocarro panorâmico.

A festa acabou de forma abrupta e a polémica pode não ficar por aqui. Numa publicação no Twitter, o presidente da AFA, Chiqui Tapia, culpou as forças de seguranças pela mudança de trajeto do autocarro, frustrando os desejos de milhões de pessoas. “As minhas desculpas em nome de todos os jogadores”.

Pode ver na fotogaleria acima as imagens da chegada da Seleção Argentina à capital do país e da festa da multidão de adeptos argentinos concentrada em Buenos Aires.