No primeiro dia de greve da CP – Comboios de Portugal foram cumpridos os serviços mínimos e circularam 241 comboios entre as 00h00 e as 18h00. Uma fonte da empresa indicou que do total programado de 969 viagens, 728 não se realizaram.
Alguns passageiros desprevenidos que não sabiam da greve de trabalhadores da CP foram esta sexta-feira surpreendidos com a notícia de vários comboios suprimidos, em duas estações de Lisboa, tendo de aguardar horas pelas viagens de serviços mínimos.
Pelas 10h30, reinava a calma na estação de Santa Apolónia, uma das principais da cidade, sobretudo para viagens de longo curso. Aos poucos, foram aparecendo pessoas para o comboio de serviços mínimos que ia seguir para norte às 11h30, satisfeitos por conseguirem seguir para os seus destinos, para passar o Natal.
No entanto, na estação do Rossio, uma interface da Linha de Sintra, algumas pessoas foram apanhadas desprevenidas pela greve.
“Vínhamos, de facto, apanhar o comboio, mas, pelo que nos estão a informar, são 11h35, só as 13h41 é que há comboio para Sintra”, disse à Lusa o senhor Meireles, que só quando chegou à estação é que ficou a saber da paralisação.
O mesmo se passou com Natalya Pokoyasha, ucraniana que está em Portugal há 11 anos e queria levar os netos que chegaram da República Checa a visitar Sintra.
Não sabia, não vi esta informação, porque eu não vejo televisão e, por isso, não vi estas informações. É preciso esperar duas horas, vou pensar numa alternativa para ir para Sintra”, disse à Lusa. “Adoro Portugal, mas estas greves não adoro”, disse.
Já Zita Maria, apesar de ter conhecimento da greve, decidiu tentar a sorte, para ir visitar o irmão à Casa de Saúde do Telhal, no concelho de Sintra.
“Tenho a visita marcada para 15h30 e agora como é que faço? Não tenho outra alternativa até lá. […] Devia haver outro meio, uma alternativa”, lamentou-se.
A greve na CP e Infraestruturas de Portugal (IP) obrigou esta sexta-feira de manhã à supressão de 136 comboios, tendo circulado 109 até às 8 horas, segundo fonte da CP – Comboios de Portugal.
A mesma fonte disse ainda que estão a ser cumpridos os serviços mínimos previstos, que integravam apenas estes 109 comboios, de um total programado de 245 até às 8h00.
A plataforma que convocou a greve inclui a ASCEF – Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária, a ASSIFECO – Associação Sindical Independente, o FENTCOP – Sindicato Nacional dos Transportes, Comunicações e Obras Públicas, o SINDEFER – Sindicato Nacional Democrático da Ferrovia, o SINFA – Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários de Infraestruturas e Afins, o SINFB – Sindicato Independente Nacional dos Ferroviários, o SIOFA – Sindicato Independente dos Operacionais e Afins e o STF – Sindicato dos Transportes Ferroviários.
A paralisação terá uma duração de 24 horas para os dias 23 e 26 deste mês e prevê ainda uma “greve ao trabalho suplementar, incluindo feriados e dias de descanso semanal, desde a meia noite de 23 dezembro às 24 horas de 2 de janeiro de 2023”.
Foram definidos serviços mínimos de 25% dos comboios, que, segundo a CP, concentram-se no início e no final do dia, as chamadas horas de ponta.
Os trabalhadores da CP e IP estiveram em greve no passado dia 30 de novembro, o que levou ao cancelamento de centenas de comboios.