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Ao longo dos dez meses de guerra, a Rússia tem sofrido vários ataques de alto nível. Alguns danificaram ou destruíram infraestruturas usadas pelos russos em território ucraniano, outros ocorreram por trás das linhas russas. Kiev não confirma ou nega a autoria, mas regozija-se com as iniciativas. Esta foi a postura assumida pelo líder dos serviços secretos ucranianos numa entrevista à ABC, onde prevê que este tipo de ataques poderá aumentar.
Em declarações à ABC, Kyrylo Budanov mostrou-se contente com os recentes ataques a bases aéreas russas. Mas, questionado sobre a autoria dos ataques, remeteu-se ao silêncio.
Ukrainian Head of Military Intelligence Kyrylo Budanov in an interview with @ABC, said that there will be more strikes on Russian territory and they will be "deeper and deeper".
Video: ABC News pic.twitter.com/l0vaMVHrbW
— NEXTA (@nexta_tv) January 2, 2023
Apesar da contenção nas declarações, o chefe dos serviços secretos ucranianos admite que poderá vir a dar uma resposta no futuro, mas apenas no final da guerra.
Não posso dar uma resposta a essa pergunta neste momento. Apenas no final desta guerra”.
Budanov disse ainda prever que ataques semelhantes vão continuar a acontecer, cada vez mais “profundos” no território russo.
Ao longo do mês de dezembro, a Rússia acusou as forças ucranianas de lançarem ataques com drones a bases no interior do país. O primeiro ataque, no dia 5 de dezembro, atingiu a base de Blast, em Dyagilevo, na região de Ryazan, a menos de 150 quilómetros da capital russa. Três pessoas morreram e seis ficaram feridas. Uma segunda explosão no mesmo dia atingiu a base Engels-2, na região de Sarátov, a sul de Ryazan, e provocou dois feridos.
Rússia diz que impediu ataque com drone ucraniano em território russo
No dia 26 de dezembro, as autoridades russas disseram ter impedido uma tentativa ucraniana para atingir novamente a base de Engels. A queda dos destroços provocou, segundo o Ministério da Defesa, a morte de três pessoas.
A Ucrânia também tem sido acusada de lançar ataques na península da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. Tanto Kiev como Moscovo olham para esta região como parte do seu território.
Também esta região tem sido palco de vários ataques atribuídos às forças ucranianas, que, mais uma vez, Kiev não reivindica. Questionado sobre a possibilidade de mais ataques na península, Budanov sublinha que é parte do território ucraniano, pelo que “podem usar qualquer tipo de armas” para se defenderem.