O jornal satírico francês Charlie Hebdo, cuja publicação na semana passada de caricaturas do líder supremo iraniano, Ali Khamenei, e dos mulás provocaram uma crise diplomática entre Paris e Teerão, continua a divulgar novas caricaturas sobre o regime iraniano.

A primeira página da edição de quarta-feira, que faz eco da capa da semana passada, retrata religiosos em situações de conotação sexual e, no interior do jornal, Ali Khamenei é diversas vezes esmurraçado em referência às centenas de pessoas que foram executadas pelas forças de segurança durante os protestos.

O jornal Charlie Hebdo lançou, em dezembro, um concurso de caricaturas do líder iraniano, como símbolo da repressão contra as mulheres no Irão, onde há meses decorrem inúmeros protestos.

A publicação satírica garantiu ter recebido mais de 300 propostas e milhares de ameaças depois de pôr a iniciativa em marcha.

Os protestos no Irão começaram em meados de setembro, depois da morte, sob custódia policial, de uma jovem curda, de 22 anos, acusada pela polícia dos costumes de supostamente usar indevidamente o “hijab”, o véu islâmico.

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As caricaturas sobre o regime iraniano foram publicadas, na semana passada, na edição especial para assinalar o aniversário do atentado que as suas instalações sofreram a 07 de janeiro de 2015 e que causou 12 mortos depois de ter publicado caricaturas de Maomé.

No passado domingo um protesto juntou dezenas de iranianos em frente à embaixada de França em Teerão para contestar o concurso de caricaturas do líder supremo iraniano lançado pela revista satírica francesa Charlie Hebdo.

“França, tenha vergonha” e “Sem vergonha, Charlie Hebdo” foram algumas das frases de ordem entoadas pelos participantes, que também queimaram bandeiras francesas. Também foram registados protestos similares em outras localidades iranianas.