A vice-presidente da Colômbia revelou esta terça-feira que os seus seguranças encontraram quilos de explosivos enterrados junto à estrada rural para sua casa, na província de Cauca, no sudoeste do país, no que descreveu como uma tentativa de assassínio.

Francia Márquez divulgou na sua conta da rede social Twitter um relatório policial segundo o qual um cão farejador de drogas alertou para a bomba, composta por mais de sete quilos de nitrato de amónio, pó de alumínio e estilhaços, e que uma brigada de minas e armadilhas a detonou numa explosão controlada na segunda-feira.

A vice-presidente colombiana, que já antes tinha enfrentado ameaças de morte, interpretou o episódio como mais uma tentativa de assassínio que, sublinhou, não a impedirá de continuar a defender a paz e a igualdade no país.

Márquez, a primeira vice-presidente negra do país, foi eleita em setembro passado, juntamente com o Presidente, Gustavo Petro, um economista e antigo guerrilheiro que está a tentar subir os impostos sobre a riqueza, aumentar o orçamento do Estado e iniciar negociações de paz com o último dos grupos de guerrilha ainda no ativo no país, o Exército de Libertação Nacional (ELN).

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Antes de entrar para a política, Francia Márquez liderou protestos contra empresas mineiras e operações de mineração ilegais em Cauca e viu-se obrigada a abandonar a sua aldeia natal, Suárez, devido a ameaças de morte.

A ativista ambiental tornou-se uma figura pública no ano passado, quando participou nas primárias presidenciais e ajudou o Presidente Petro a obter os votos de comunidades afro-colombianas e também das mulheres e dos jovens inspirados pela sua história de vida.

Agora, Márquez dirige o Ministério da Igualdade no país, uma nova pasta que procura garantir que as mulheres e as minorias étnicas têm iguais oportunidades de acesso aos programas sociais do Governo.

“Não vamos parar de trabalhar dia após dia para alcançar a paz total com que a Colômbia sonha e que reivindica”, escreveu a governante no Twitter.