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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, prometeu o fornecimento rápido e ininterrupto de munições às forças que estão a resistir às investidas russas em Soledar e Bakhmut, no leste da Ucrânia.
A situação nas duas cidades, na região de Donetsk, foi o tema central de uma reunião do líder ucraniano com a equipa do chefe de Estado Maior das Forças Armadas na tarde de quinta-feira. No habitual discurso noturno, Zelensky revelou que analisaram em detalhe os próximos passos a seguir na linha da frente, em particular em Soledar e Bakhmut, que nas últimas semanas têm estado sob forte pressão das tropas russas.
“Destaco que as unidades que estão a defender estas cidades serão abastecidas com munições e tudo o necessário pronta e ininterruptamente“, escreveu o líder ucraniano, acrescentando que foi igualmente discutido o reforço de envio de armamento dos parceiros de Kiev.
A Ucrânia admitiu esta quinta-feira que o seu exército está a enfrentar uma “situação difícil” em Soledar, no leste do país, onde têm ocorrido duros combates com as forças russas, na tentativa de defender a cidade.
Ucrânia admite “situação difícil” na defesa da cidade de Soledar
“Os combates mais ferozes e violentos continuam atualmente na zona de Soledar”, disse a vice-ministra da Defesa ucraniana, Ganna Maliar, numa conferência de imprensa em Kiev, citada pela agência francesa AFP.
“Apesar da situação difícil, os soldados ucranianos estão a lutar incansavelmente”, disse Maliar.
Zelensky disse, na quarta-feira à noite, que os combates continuavam em Soledar e que a cidade estava completamente destruída.
Anteriormente, o grupo paramilitar russo Wagner tinha anunciado a conquista da cidade, que tinha cerca de 10.000 habitantes antes da guerra, mas a informação não foi confirmada oficialmente por nenhuma das partes beligerantes.
“A Rússia está a enviar milhares dos seus cidadãos para o matadouro, mas nós estamos a resistir”, disse a vice-ministra da Defesa ucraniana.
Maliar elogiou a “resiliência e heroísmo” das forças ucranianas envolvidas na violenta batalha que se tem vindo a travar há vários meses.
A Rússia tem tentado conquistar esta área da região de Donetsk desde o verão, depois de vários reveses humilhantes que levaram o Presidente Vladimir Putin a declarar uma mobilização parcial de centenas de milhares de reservistas.
Além da mobilização extraordinária, a Rússia lançou nos últimos meses, uma campanha de bombardeamento das infraestruturas de energia da Ucrânia.
Sem dar números, Maliar disse que as tropas russas que combatiam em Soledar, na sua maioria mercenários do grupo paramilitar Wagner, estavam a “sofrer pesadas perdas”.
Referiu que estão a tentar romper a defesa ucraniana, mas “sem sucesso”.
“A periferia da cidade está hoje repleta dos corpos dos soldados mortos de Putin”, disse Maliar aos jornalistas.
A Ucrânia não divulgou dados sobre o número de mortos e feridos na batalha por Soledar e Bakhmut, a principal cidade da região.
No entanto, o conselheiro da presidência ucraniana Mykhailo Podoliak lamentou “perdas significativas” do lado das tropas de Kiev numa entrevista que deu à AFP na quarta-feira.
As informações divulgadas pelos dois lados sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato de forma independente.
Donetsk é uma das quatro regiões que a Rússia anexou no final de setembro, depois de ter invadido a Ucrânia em 24 de fevereiro do ano passado.
Além de Donetsk, Moscovo anexou também Lugansk, Kherson e Zaporijia, depois de ter feito o mesmo à península ucraniana da Crimeia em 2014.
A Ucrânia e a generalidade da comunidade internacional não reconhecem estas anexações.