O Presidente angolano e o chefe da diplomacia chinês debateram na sexta-feira, em Luanda, um “impulso sólido na cooperação” e o aumento do investimento da China em Angola, segundo fonte oficial.
O encontro entre João Lourenço e Qin Gang, por ocasião de uma visita do ministro chinês a Luanda, concentrou-se em dois eixos: “o impulso sólido na cooperação” entre os dois países e o aumento do investimento chinês em Angola, de acordo com um comunicado dos serviços de imprensa de Pequim.
De acordo com a mesma nota, o Presidente angolano destacou que vários dos projetos mais emblemáticos de Angola — aeroportos, estações hidroelétricas, estradas e portos — se devem ao apoio do investimento chinês e que as empresas chinesas têm dado “contributos positivos” para o desenvolvimento de infraestruturas em Angola.
Segundo a nota distribuída pelo grupo APO em nome da Embaixada da China no Reino Unido, João Lourenço transmitiu o desejo de Angola de “aprofundar mais a cooperação com a China” e a sua abertura a “mais investimento chinês”, assinalando o papel desempenhado pela China na reconstrução de Angola após a guerra civil e no desenvolvimento social e económico do país.
João Lourenço notou que “Angola e China sempre partilharam a solidariedade e a confiança mútua”, vincando que os dois países prosseguem “políticas e ideias semelhantes” e que Angola “apoia com determinação a política de uma só China” e “o princípio de não-interferência em assuntos internos”.
De acordo com a mesma nota, o chefe da diplomacia de Pequim realçou que os dois países, que mantêm relações diplomáticas há 40 anos, têm “aprofundado cada vez mais” a “confiança política mútua e a amizade tradicional”.
Assegurando que “a China apoiará sempre Angola na oposição a interferência externa, na escolha independente do seu caminho de desenvolvimento e na proteção da soberania nacional, segurança e desenvolvimento”, Qin Gang — que também se reuniu com o ministro dos Negócios Estrangeiros angolano, Téte António — transmitiu a João Lourenço o apreço de Pequim pela “mediação ativa” de Luanda na região, instando o país africano a “desempenhar um maior papel em assuntos regionais e internacionais”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Qin Gang, esteve em Luanda entre quinta-feira e sexta-feira, tendo sido recebido também pelo seu homólogo angolano, Téte António. Angola foi uma das etapas do roteiro africano do diplomata chinês e coincidiu com a celebração dos 40 anos de relações diplomáticas entre os dois países, iniciadas em 12 de janeiro de 1983.
Durante a sua passagem por Luanda, o ministro também visitou o parque tecnológico da Huawei, uma gigantesca estrutura composta por centros de formação e inovação, que custou 60 milhões de dólares (cerca de 55 milhões de euros) e foi inaugurada em novembro do ano passado.
Qin Gang foi nomeado ministro dos Negócios Estrangeiros em 31 de dezembro, e pretende com esta viagem pelo continente africano aprofundar a parceria estratégica e a cooperação entre a China e África. Qin cumpre assim uma tradição de 33 anos, segundo a qual o chefe da diplomacia chinesa faz a sua primeira viagem do ano ao estrangeiro a África.
A China tem demonstrado um interesse crescente em África, tornando-se o maior parceiro comercial do continente, estando também entre os principais parceiros de Angola.