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Oleksiy Arestovych apresentou a Volodymyr Zelensky na manhã desta terça-feira, 17 de janeiro, a sua demissão como conselheiro do Presidente da Ucrânia. Arestovych esteve na origem de uma controvérsia, depois de declarar que um sistema de defesa anti-aéreo ucraniano tinha abatido o míssil russo Kh-22, que atingiu um prédio residencial em Dnipro num ataque que matou 44 pessoas.
Horas depois do ataque, Arestovych fez um comentário em que conjeturou que o míssil russo teria caído em cima do edifício depois de ser abatido pelas tropas ucranianas. Esta declaração opôs-se à versão oficial de Kiev e levantou uma onda de protestos pelo país.
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Propagandistas pró-russos e o porta-voz do Kremlin aproveitaram-se da situação. Peskov apontou as declarações de Arestovych para defender que o edifício em Dnipro tinha sido atingido por um rocket ucraniano, e não russo. , Dmitry Peskov alegou que os russos “não atacam prédios residenciais” e acrescentou que “alguns representantes do lado ucraniano” já tinham concluído que a responsabilidade seria das suas tropas.
Mais tarde, o conselheiro presidencial ucraniano acabou por admitir que as forças ucranianas não tinham capacidade para destruir o tipo de míssil que foi disparado pelos russos. Arestovych justificou a situação com “fadiga” e explicou que os seus comentários estavam alinhados com uma teoria inicial sobre o ataque.
Na sua conta de Facebook, Oleksiy Arestovych partilhou esta terça-feira a carta de demissão, acompanhada da seguinte mensagem: “Apresento as minhas sinceras desculpas às vítimas e aos seus familiares, aos residentes de Dnipro e a todos os que foram profundamente magoados pela minha versão errónea da razão que levou um míssil russo a atingir um prédio residencial.”
“Escrevi uma carta de demissão. Quero mostrar um exemplo de comportamento civilizado. Um erro fundamental, depois demissão”, acrescentou na plataforma Telegram.
O ataque russo a um edifício residencial em Dnipro provocou a morte de 44 pessoas. 79 ficaram feridas (16 delas crianças) e 47 estiveram desaparecidas. Destas, 23 foram encontradas mortas e outras quatro vivas. Há 20 pessoas que continuam desaparecidas.
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