O líder parlamentar do PSD considera que Fernando Medina já não tem condições para continuar no cargo, mas recusa associar as mais recentes suspeitas que recaem sobre o ministro das Finanças e os negócios feitos quando era presidente da Câmara Municipal de Lisboa.
“Nós sempre dissemos que Fernando Medina não tinha condições para continuar como ministro das Finanças, mas não tem a ver com as notícias de ontem [quarta-feira], mas com o que se passou no caso da engenheira Alexandra Reis. Politicamente, está muito debilitado na pasta mais importante da governação”, defendeu Miranda Sarmento. “Não fazemos processos de intenções sobre ninguém. A nossa crítica é política”, frisou.
Na quarta-feira à noite, a TVI/CNN Portugal noticiou que a Polícia Judiciária realizou na terça-feira buscas na Câmara Municipal de Lisboa por “suspeitas de corrupção, participação económica em negócio e falsificação” numa nomeação para “prestação de serviços que foi assinada em 2015” pelo então presidente da autarquia, Fernando Medina, atual ministro das Finanças, suspeitando-se de financiamento do PS.
Noutra frente, Miranda Sarmento revelou que o PSD vai querer ouvir o mesmo Fernando Medina, João Leão, Pedro Nuno Santos e João Galamba na comissão de inquérito à TAP. “Há varias pessoas que é imprescindível ouvir: a equipa da TAP, a atual e a anterior, incluindo obviamente a engenheira Alexandra Reis, o anterior ministro das Finanças e o atual, o anterior e o atual ministro das Infraestruturas”, sugeriu.
No final da reunião do grupo parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento considerou que ficaram por esclarecer, após a audição de Christine Ourmières-Widener na quarta-feira no parlamento várias matérias, entre as quais o bónus que receberá e as indemnizações que foram atribuídas a ex-administradores, como Alexandra Reis, que foi depois secretária de Estado do Tesouro por cerca de um mês.
“A CEO da TAP disse algo que, para nós, é uma perplexidade: que Alexandra Reis tinha saído por discordar do processo de reestruturação da companhia aérea. Recordo que esse plano teve a participação de Alexandra Reis, mas não teve a participação da atual CEO, que entrou depois. A justificação não pode ser apenas essa discordância”, afirmou.