O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) manifestou-se esta quinta-feira preocupado com “o cada vez mais reduzido número de candidatos a polícias”, avançando que dos 648 formandos que iniciaram o curso de agente há cerca de um mês “já desistiram 52”.

Dados avançados à Lusa pelo Sinapol dão conta que 648 formandos iniciaram em dezembro, o curso de formação de agentes da Polícia de Segurança Pública (PSP) na Escola Prática da Polícia (EPP), em Torres Novas, Santarém, mas atualmente é frequentado por 596, tendo desistido 52.

O presidente do Sinapol, Armando Ferreira, disse que este curso de futuros agentes já tinha começado com menos candidatos do que inicialmente previstos.

Este concurso para novos polícias foi aberto em maio do ano passado e anunciava 1.020 vagas, mas depois das provas de seleção ficaram aptos 648 candidatos para iniciarem o curso de formação de agentes.

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Armando Ferreira manifestou-se preocupado com esta situação e com o futuro, considerando que “o Governo tem de acordar para esta realidade o mais rapidamente possível“.

O presidente do Sinapol afirmou que muitos destes jovens desistem de ser polícias porque enquanto frequentam o curso aparecem propostas de emprego com salários superiores aos da PSP.

Para o sindicalista, os baixos salários são a principal causa para a falta de atratividade da PSP.

Segundo Armando Ferreira, um agente em início de carreiro, com os suplementos incluídos e o aumento salarial deste ano, leva para casa ao final do mês menos de 1.000 euros líquidos.

O presidente do Sinapol afirmou que o investimento na habitação, como os edifícios adquiridos pelos Serviços Sociais da PSP para alojamento de novos polícias que iniciam a carreira na Área Metropolitana de Lisboa, é importante, mas há outros fatores “ainda mais importantes”, como um “vencimento condigno”, tendo em conta o risco da profissão.

“Os polícias não precisam de caridade, precisam de melhores salários e melhores condições de trabalho”, disse.