O príncipe André, um dos filhos da rainha Isabel II e irmão do rei Carlos, estará a preparar-se para levar Virginia Giuffre a tribunal pelas alegações de que a teria forçado a ter relações sexuais com ele quando a advogada tinha apenas 17 anos. De acordo com o Daily Mail e o The Telegraph, o duque de York tenciona afirmar que nunca conheceu Virginia Giuffre e que a fotografia em que surge com a mão na sua cintura é falsa. André não quer apenas pôr termo ao acordo entre os dois: o príncipe quer mesmo levar Virginia a tribunal.

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O princípe sempre recusou ter cometido abuso sexual de menores contra Virginia Giuffre, mas a mulher garantiu que teve encontros sexuais com o príncipe britânico quando era explorada pelo empresário Jeffrey Epstein (condenado por tráfico sexual e que veio a morrer na prisão enquanto cumpria pena) e pela socialite Ghislaine Maxwell, que também participaria na rede de abuso sexual.

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Agora, na primeira entrevista gravada desde que foi condenada por tráfico sexual de menores, transmitida esta segunda-feira no canal britânico TalkTV, Ghislaine Maxwell afirmou que não tem memória de qualquer encontro entre o príncipe e Virginia Giuffre, nem sequer de ver a jovem, então com 17 anos, na sua casa — apesar de Ghislaine Maxwell surgir em imagens junto aos dois.

“Não me lembro de eles se conhecerem”, afirmou, segundo o New York Post:

E não acho que essa foto seja real. É uma farsa. Não acredito que seja real nem por um segundo, na verdade, tenho a certeza de que não é.”

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Na mesma entrevista, Ghislaine Maxwell contou também como tem sido o seu dia-a-dia na prisão, explicou que trabalha todos os dias na biblioteca prisional, ajudando os reclusos que estão a trabalhar em recursos sobre os seus casos, e queixou-se da qualidade do almoço. Além de ter considerado que a fotografia do príncipe André com Virgina Giuffre é falsa, Maxwell aproveitou a entrevista também para culpar as autoridades americanas pela morte de Jeffrey Epstein.

“Acredito que ele foi assassinado”, disse Maxwell. “Eu tinha a certeza de que ele ia recorrer.”

Maxwell disse também que preferia nunca ter conhecido Epstein. “Honestamente, gostava de nunca o ter conhecido”, afirmou. “Olhando para trás, provavelmente deveria ter ficado em Inglaterra.”

A britânica explicou que se limitava a “apresentar pessoas aos amigos” e garantiu que não sabia “que ele era tão mau”.

Isso é o que André se prepara para alegar em tribunal, afirma o Daily Mail, contrariando as acusações de três abusos sexuais do príncipe contra Giuffre — uma vez em Londres, outra em Nova Iorque e a terceira numa ilha privada de Jeffrey Epstein nas Caraíbas.

Em fevereiro do ano passado, o príncipe André e Virginia Giuffre firmaram um acordo em que o filho de Isabel II não assume qualquer culpa, mas em que aceitou pagar um montante à advogada. Virginia Giuffre disse que tencionava usar o pagamento nos projetos de apoio às vítimas de tráfico sexual. Se André seguir para tribunal, o acordo fica em xeque.

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As ambições do duque de York também estão relacionadas com a admissão por parte de Virginia Giuffre de que terá cometido “um erro” quando acusou Alan Dershowitz, professor de Direito e advogado norte-americano, de abuso sexual de menores. Em novembro do ano passado, quando a mulher e o professor assinaram um acordo, Virgina Giuffre emitiu um comunicado admitindo que, afinal, pode não ter sido violada por Alan Dershowitz.

“Há muito tempo que acredito que fui traficada por Jeffrey Epstein a favor de Alan Dershowitz. No entanto, era muito jovem na época, era um ambiente muito stressante e traumático; e o senhor Dershowitz desde o início negou consistentemente essas alegações“, diz o documento, citado pelo The New York Times: “Agora reconheço que posso ter cometido um erro ao identificar o senhor Dershowitz.” À luz destes desenvolvimentos, o príncipe André quer recorrer ao tribunal para alegar que o mesmo erro pode ter sido cometido no seu caso.