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Foi uma manhã de saídas no governo ucraniano. Começa com a demissão de Kyrylo Tymoshenko, vice-chefe do gabinete presidencial da Ucrânia. Horas depois, chega o anúncio da saída do vice-ministro da Defesa, Vyacheslav Shapovalov. Em poucos minutos, a notícia com a terceira baixa: Oleksiy Symonenko, vice-procurador-geral da Ucrânia foi demitido — ao contrário das duas primeiras figuras, que pediram para sair.
Segundo a Reuters, também Vyacheslav Negoda e Ivan Lukerya, vice-ministros do Desenvolvimento de Comunidades e Territórios da Ucrânia, do Ministério das Infraestruturas, caíram — mantinham a mesma pasta que pertencia Vasyl Lozynsky, detido na semana passada por suspeita de ter recebido um suborno de 400 mil dólares (cerca de 368 mil euros) para beneficiar uma empresa.
Em menos de 24 horas, contabilizam-se já onze saídas no poder de Kiev. E nos últimos quatro dias, são já doze. A lista segue com a demissão de cinco governadores regionais: Valentyn Reznichenko, da região de Dnipropetrovsk, Oleksandra Starukha, da região de Zaporíjia, Oleksiy Kuleba, governador de Kiev, Dymtro Zhivytskyi, da região de Sumy, e, por fim, Yaroslav Yanushevich, governador da região de Kherson. Por fim, para já, Oleg Nemchinov, secretário do gabinete da presidência, confirmou também a saída de Vitaliy Muzychenko, vice-ministro da política social, também foi afastado do cargo, anuncia o jornal inglês The Guardian.
A onda de saídas acontece no rescaldo da detenção de Lozynsky e no posterior anúncio de Volodymyr Zelensky: o presidente ucraniano, declarou tolerância zero à corrupção, indicando futuras alterações no seu gabinete, governações regionais e forças de segurança .
Vyacheslav Shapovalov, vice-ministro da Defesa ucraniano, aquando da sua demissão, alegou “acusações dos media” de corrupção, que, tanto ele, como o ministério, afirmam ser infundadas. De acordo com a Reuters, a declaração da saída do vice-procurador-geral não avançou com motivos, afirmando apenas que decisão foi de acordo com o “seu próprio desejo”.
Já o vice-chefe do gabinete da presidência, em funções desde 2019, deixou agradecimentos à saída. Mas de fora ficaram também as justificações. “Agradeço ao presidente da Ucrânia Volodymyr Zelensky pela confiança e pela oportunidade de fazer boas ações, todos os dias e a cada minuto”, escreveu Kyrylo Tymoshenko, numa nota publicada na rede social Telegram. Um decreto a aceitar a demissão de Tymoshenko, apresentada ao Presidente ucraniano na segunda-feira, 23 de janeiro, foi já publicada no site presidencial, diz a agência Reuters.
De acordo com a agência de notícias ucraniana Ukrinform, Tymoshenko agradeceu também a aos chefes das administrações militares regionais: “Conseguimos construir a mais poderosa equipa do país. Vocês são incríveis. Vocês são os verdadeiros guerreiros da luz.”
O antigo vice-chefe do gabinete da presidência ucraniana agradeceu também aos autarcas das cidades por terem sido “construtivos nas disputas”, deixando ainda uma palavra de agradecimento à “grande equipa da diretoria da polícia regional da Presidência da República.”
Tomyshenko, 33 anos, era vice-chefe do gabinete de Zelensky desde 2019, tendo sido responsável por supervisionar as regiões e políticas regionais. Trabalhou com o atual chefe de Estado durante a sua campanha presidencial, na gestão dos conteúdos criativos e para os media.
Segundo a Reuters, que cita meios de comunicação sociais ucranianos, Tymoshenko estaria, desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, envolvido em vários escândalos relacionados com a utilização de carros de luxo na sua vida pessoal. O ex-vice-chefe do gabinete de Zelensky, negou todas as acusações.
No sábado, 22 de janeiro, Vasyl Lozynsky, agora ex-vice-ministro encarregue da pasta de Desenvolvimento e Comunidades e Territórios da Ucrânia, foi detido por suspeita de ter recebido um suborno de 400 mil dólares (cerca de 368 mil euros) para beneficiar uma empresa, durante a aquisição de geradores.