“Sabia que ia ficar muito caro.” O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, reconheceu, esta terça-feira, que a construção do altar-palco para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) podia assumir elevados encargos financeiros, mas atirou as responsabilidades para a Igreja. “As especificações daquele palco foram definidas em reuniões que tivemos com a Jornada Mundial da Juventude, com a Igreja e com a Santa Sé [Vaticano]”, indicou o autarca.
Carlos Moedas salientou que quer o palco e a infraestrutura “fique para o futuro e que muitas dessas infraestruturas fiquem para o futuro. Eu sabia que isto ia ser muito caro, que era um investimento muito grande para a cidade”, explicou o presidente da câmara de Lisboa aos jornalistas após uma visita ao Pavilhão Municipal Manuel Castel Branco, em Lisboa.
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Para além disso, o autarca destacou que as instruções para a construção do palco foram definidas com a Igreja. “Nós estamos na Câmara a executar essas especificações para um palco de 1,5 milhões de pessoas”, sustentou Carlos Moedas.
O presidente da Câmara de Lisboa assinalou também que a autarquia tinha de “que arrancar rapidamente a obra”, por causa do evento que vai decorrer em agosto. “Não podemos como cidade, como país, não acolher o Papa, respeitando aquilo que é a regra de um evento que nunca se fez em Portugal. Qualquer comparação de preço, qualquer comparação de custos não se consegue comparar, porque nós nunca tivemos algo desta dimensão”, afirmou Carlos Moedas.
“Aquilo que eu pedi aos engenheiros e arquitetos é que, desde início, essa infraestrutura pudesse ficar para o futuro. Nós podíamos ter adjudicado diretamente a um construtor, mas eu não quis isso. Nós consultámos variadíssimos promotores esse tipo de obra. Consultámos preços que eram o dobro desse preço e fomos reduzindo o preço até encontrar aquele que fazia mais barato… isto foi feito com total transparência”, acrescentou o autarca.
Esta observação do autarca surge depois de o Observador ter noticiado que a obra de construção do altar-palco onde o Papa Francisco vai celebrar a missa vai custar 4,2 milhões de euros à Câmara de Lisboa, por ajuste direto. Segundo a informação disponibilizada no Portal Base da contratação pública, “a construção foi adjudicada por 4,24 milhões de euros (mais IVA)”, somando-se a esse valor “1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura”.
Para explicar melhor os custos relacionados com a JMJ, a Câmara Municipal de Lisboa vai também organizar uma conferência de imprensa para esclarecer os planos de investimento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), noticia esta terça-feira o Expresso. A decisão foi tomada durante uma reunião task force sobre a JMJ, sendo que o vice-presidente, Filipe Anacoreta Correia, esteve presente no encontro.