A DBRS Morningstar, agência de rating que na crise de 2011/2012 foi decisiva para Portugal por nunca ter colocado a dívida pública em “lixo”, elogiou nesta sexta-feira o Estado português porque apesar dos “sucessivos choques” (externos), o défice orçamental diminuiu em 2022 e está abaixo da média da zona euro. Ainda assim, sublinha que continuam a existir “vulnerabilidades” como a “dívida pública elevada” e um crescimento potencial “relativamente baixo”.

Os comentários estão numa nota em que a agência de rating mantém inalterada a notação de risco da dívida portuguesa em A (low), equivalente a A-, com tendência “estável”. Apesar de não haver novidades concretas acerca do rating, a DBRS destaca as “consistentes melhorias” nas finanças públicas.

“Após a grave contração económica em 2020, o crescimento recuperou de forma robusta em 2021 e na primeira metade de 2022”, afirma a DBRS, reconhecendo que “o choque nos preços exacerbado pela invasão da Ucrânia por parte da Rússia e o consequente aumento das taxas de juro levou o crescimento a desacelerar de forma acentuada na segunda metade de 2022”. Ainda assim, o crescimento deverá ser positivo no ano em curso, confia a DBRS, embora seja um crescimento abaixo do potencial da economia portuguesa e da tendência recente.

Como sempre sublinhou, a DBRS recorda os investidores (seus clientes) que “a pertença de Portugal à zona euro e o empenho no cumprimento das regras orçamentais europeias” são fatores que suportam o rating positivo que a agência atribui às obrigações do Tesouro português. Estes fatores também “promovem políticas macroeconómicas credíveis e sustentáveis”, diz a DBRS, que avisa que as “vulnerabilidades” que identifica na economia portuguesa “poderão tornar-se mais graves se as consequências adversas das crises se prolongarem”.

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