A 18 de janeiro, e por causa da polémica indemnização a Alexandra Reis, a presidente executiva (CEO) da TAP, Christine Ourmières-Widener, foi ao Parlamento falar sobre o caso. E por várias vezes foi questionada sobre o seu próprio contrato. Teria direito a indemnização ou a algum prémio quando saísse da transportadora?

A CEO da TAP confirmou que terá direito a um bónus que só será pago se o plano de reestruturação for totalmente cumprido em 2025. À pergunta repetida pelos deputados sobre o valor desse prémio, Christine Ourmières-Widener escusou-se a adiantar qualquer número.

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Agora, e passados dez dias desse audição, e à medida que se aproxima o arranque da comissão de inquérito à TAP — será discutida esta quarta-feira, 1 de fevereiro, no Parlamento — o Correio da Manhã garante que esse prémio poderá atingir cerca de 2 milhões de euros, correspondendo à soma de um prémio anual de 80% da remuneração por ano da gestora. Christine Ourmières-Widener ganhar 504 mil euros brutos por ano, pelo que o prémio seria, por ano, de 400 mil euros, somando-se por cinco anos. O que, segundo o Correio da Manhã, daria perto de dois milhões de euros brutos, havendo sobre eles contribuições fiscais a pagar.

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Contactada pelo Observador a TAP recusou fazer qualquer comentário, remetendo para as declarações da CEO da TAP no Parlamento.

Os relatórios e contas da TAP são omissos quanto à possibilidade de haver prémios à CEO no final do plano de reestruturação. Aliás, a remuneração variável na transportadora à administração está suspensa. “Atendendo à situação económico-financeira da sociedade e às medidas de redução de custos que se encontravam em curso, a Comissão de Vencimentos deliberou por unanimidade não estarem ainda reunidas as condições para deliberar sobre a componente variável das remunerações”, tal como não está previsto o diferimento do pagamento dessa componente variável nem existe aplicável um sistema de prémios anuais para administradores. Christine Ourmières-Widener esclareceu no Parlamento que o bónus seria um prémio caso o plano de reestruturação seja cumprido, ou seja, um prémio de sucesso.

Além dos 504 mil euros brutos anuais de remuneração que a CEO ganha na TAP, Christine Ourmières-Widener tem direito a seguro de vida, seguro de saúde, seguro de acidentes pessoais e utilização de telemóvel, além de usufruir de um subsídio de residência anual de até 30 mil euros.