A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) vai mesmo acontecer com dois palcos. A garantia foi dada na noite deste domingo por Marques Mendes, no habitual espaço de comentário na SIC. Não houve entendimento para que o evento acontecesse apenas no altar-palco que vai nascer na zona do rio Trancão, e que gerou polémica pelos custos elevados, adiantou o comentador. Pelo que o palco do parque Eduardo VII irá mesmo para a frente. Mas será feita uma revisão dos custos de ambos.
“Tudo vai ser decidido na próxima semana. Vai acontecer uma redução dos custos dos dois palcos. O altar-palco do parque Eduardo VII vai ter uma redução significativa, superior a 1 milhão de euros. Já o do Trancão vai ter também uma redução grande, será apenas para bispos e não para responsáveis políticos, pelo que poderá ser mais barato”, adiantou Marques Mendes.
Os custos do altar-palco da JMJ, revelados pelo Observador, causaram polémica e levaram a Câmara e a Fundação JMJ a reunir, na semana passada, com a Mota-Engil, empresa com quem foi assinado o contrato, por adjudicação direta, para a construção do palco. Os custos estão avaliados em 5 milhões de euros e foram considerados elevados pela própria Igreja e pelos responsáveis políticos. Já o segundo altar-palco, previsto para o Parque Eduardo VII, no centro de Lisboa, deveria custar entre 1,5 e 2 milhões de euros.
Segundo altar-palco em risco. Eventos no Parque Eduardo VII podem ser transferidos
Maioria absoluta surgiu “no tempo errado”
No seu espaço de comentário, Marques Mendes avaliou também o primeiro ano da maioria absoluta de António Costa. O comentador destacou os indicadores económicos de 2022 como o aspeto mais positivo do ano de governação, nomeadamente o crescimento de 6,7% e o défice que deverá ser, de acordo com Marques Mendes, de 1,3%.
O comentador ressalvou também o comportamento das exportações de bens e serviços em 2022, que terão crescido entre 16% e 18%, de acordo com Marques Mendes, e terão alcançado um peso no PIB entre 48% e 50%, uma meta que o Governo só apontava para 2027. “Isto é uma reforma estrutural feita não pelo Estado mas pelas empresas. Isto é histórico. É uma mudança brutal”, defendeu, destacando o contributo dos setores do turismo, máquinas e aparelhos e material de transporte. “Estas são previsões que faço aqui mas os dados finais não andarão longe disto”.
Para Marques Mendes, “o pior” para o Governo está no plano político. “Há a perceção pública de que Governo entrou em descontrolo, não tem iniciativa política. Houve 13 demissões num ano, há vários ministros fragilizados. A ministra da Agricultura não acerta uma, o da Educação vai de asneira em asneira. Medina tem resultados para apresentar, apesar do caso Alexandra Reis”, notou. Para Marques Mendes, a maioria absoluta “surgiu no tempo errado”, quando António Costa já “tinha muitos anos de poder” e “havia cansaço, não havia a mesma energia do inicio”, concluiu.