Nos últimos tempos, a Ford tem andado numa verdadeira montanha russa noticiosa, alternando boas notícias com outras menos boas. Antes do final de 2022 revelou cortes entre os trabalhadores das fábricas europeias, o que pode levar ao despedimento de 2500 a 4000 funcionários nas instalações na Alemanha e no Reino Unido, para no início de 2023 anunciar o regresso à F1, associada à melhor equipa da grelha, onde terá um papel na concepção do novo motor a estrear em 2026. Agora voltou a ser notícia ao divulgar os resultados financeiros de 2022.

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“Devíamos ter conseguido um melhor desempenho em 2022”, começou por admitir o CEO da Ford, Jim Farley, antes de anunciar prejuízos de 2000 milhões de dólares (cerca de 1,86 mil milhões de euros) no ano transacto. Mas o gestor terminou a conferência com uma nota positiva, ao antecipar um melhor desempenho para 2023.

As ambições de Farley são sustentadas pela actual gama de veículos, que entretanto a marca dividiu em Ford Blue, para modelos com motores de combustão, e Ford Model E, para os veículos eléctricos. Mas a estratégia de se tornar mais eficiente vai ser conseguida sobretudo à custa do corte no número de empregados e com o encerramento de fábricas, como os despedimentos previstos para a Europa ou o fecho da fábrica alemã de Saarlouis, onde hoje é produzido o Focus, em versão berlina e carrinha. Segundo o CEO, isto permitirá poupar cerca de 3000 milhões de dólares.

Grande parte da gama da Ford continuará a depender dos motores de combustão, mas Jim Farley faz questão de salientar os esforços que estão a ser feitos para incrementar a produção de veículos eléctricos, cujas vendas ainda são incipientes mas que, ainda assim, duplicaram em 2022. E a demonstração da esperança que a Ford coloca na comercialização dos modelos a bateria é o facto de ter sido das primeiras marcas a acompanhar a decisão de reduzir o preço do Mustang Mach-E, para não perder competitividade face à Tesla, que liderou este processo.

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