O dono do Twitter, Elon Musk, atacou a ONU depois de a organização internacional ter apelado a todos para fazerem mais pelo combate à desinformação na internet e, em particular, nas redes sociais.
“É mais provável que a ONU cause desinformação, em vez de evitá-la”, afirmou Musk, numa publicação no Twitter, respondendo a um excerto de um discurso na segunda-feira do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.
Nessa mensagem, António Guterres pediu mais ações contra a desinformação na internet e medidas contra o discurso de ódio nas redes sociais.
O chefe das Nações Unidas, depois de apresentar as prioridades, denunciou que as plataformas de redes sociais utilizam algoritmos que “amplificam ideias tóxicas e direcionam opiniões extremistas” para o centro do debate, mensagem que tem repetido nos últimos meses.
Questionado, esta terça-feira, sobre a reação de Elon Musk, o porta-voz de António Guterres, Stéphane Dujarric, em declarações, sublinhou que as empresas “têm responsabilidade” pelo que é publicado nas suas plataformas e, por isso, “devem ser” responsabilizadas.
“Recentemente, vimos tendências muito preocupantes nas plataformas de redes sociais, com desinformação sobre o clima, boatos a ser promovidos e desinformação deliberada”, precisou Stéphane Dujarric.
Questionado sobre se o secretário-geral da ONU gostaria de reunir-se com Musk para discutir o assunto, o porta-voz respondeu com um breve “não particularmente”, embora posteriormente tenha apontado que a ONU está sempre disposta a realizar reuniões.
Desde que Musk assumiu o Twitter e anunciou mudanças na rede social, vários funcionários das Nações Unidas manifestaram preocupação de que o novo rumo que Musk quer traçar implique o enfraquecimento do combate às notícias falsas e aos discursos de ódio.